Nature alerta: bets representam risco global à saúde pública

Atualizado em 27 de outubro de 2024 às 9:11
Site de bet sendo utilizado por pessoa em seu smartphone – Foto: Reprodução

Um relatório da revista científica ‘Nature’ classifica as apostas como uma ameaça global à saúde pública, comparando seus riscos aos do tabaco e álcool. O artigo defende que apostas não são apenas lazer, mas uma prática que pode levar a vícios e prejuízos profundos em saúde mental, finanças e relações sociais, impactando milhões ao redor do mundo.

A publicação destaca que 46,2% dos adultos e 17,9% dos adolescentes no planeta apostaram no último ano, totalizando aproximadamente 450 milhões de pessoas, com 80 milhões apresentando distúrbios relacionados ao jogo. Em apostas online, 15,8% dos adultos e 26,4% dos adolescentes mostraram sinais de compulsão.

Ainda segundo o relatório, aplicativos e sites de apostas têm interfaces projetadas para viciar, afetando cada vez mais mulheres e menores de idade – a falta de controle de acesso permite que jovens joguem, aumentando o risco de desenvolverem problemas futuros de saúde mental e financeira.

A publicação também alerta sobre a atuação da indústria de apostas, que adota práticas para moldar o comportamento dos consumidores e resistir a regulamentações mais restritivas, assim como a indústria do cigarro fez no passado.

Além disso, a ‘Nature’ observa que a transparência é quase inexistente, enquanto plataformas coletam dados dos usuários para ajustar algoritmos e estratégias de marketing.

O painel de especialistas recomenda que os governos considerem as apostas um problema de saúde pública, adotando medidas como a proibição de publicidade de jogos, apoio a viciados e implementação de limites financeiros. Regulações também devem blindar os legisladores contra a influência da indústria de apostas.

Bandeira com o logo da ONU (Organização das Nações Unidas) – Foto: Reprodução

As recomendações incluem que organizações intergovernamentais, como a ONU, combatam os danos das apostas globalmente, com uma aliança entre acadêmicos, sociedade civil e vítimas.

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