O bolsonarista Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo, afirmou que não sabia o número de mortos na Operação Verão, encerrada nesta segunda (1), no litoral. A ação é a segunda mais letal da história da Polícia Militar paulista e fica atrás somente do massacre do Carandiru, que deixou 111 mortos em 1992.
“Eu nem sabia que eram 56. Infelizmente são 56, para mim o ideal é que não fosse nem uma”, afirmou Derrite durante agenda com o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB). Ao falar sobre as vítimas da Operação Verão, ele afirmou que policiais estão sob risco por conta de um desgaste no combate ao crime organizado no país.
Ao ser perguntado sobre as vítimas no litoral por um jornalista, ele voltou a falar sobre policiais mortos e feridos na ação. “O senhor mencionou 56, mas talvez tenha se esquecido de mencionar os policiais que faleceram cumprindo sua missão”, respondeu.
“Perdemos os soldados Cosmo e Patrick Reis, o cabo Silveira, o sargento Guilherme, que perdeu um olho e ficou internado. Essa é a vida real, não o mundo utópico de ‘olha, teve número xis de mortes'”, prosseguiu.
A Operação Verão teve início em dezembro de 2023 e foi prorrogada para uma segunda fase em fevereiro, após a morte de Samuel Wesley Cosmo, policial militar da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, tropa de elite da PM) baleado em Santos.
A gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) foi amplamente criticada pela letalidade da ação e chegou a ser denunciada ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).