“Nenhuma delação sobre Ronnie Lessa foi encaminhada ainda”, diz ministro do STJ

Atualizado em 24 de janeiro de 2024 às 12:07
Rony Lessa, acusado de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco. (Foto: Reprodução)

A Polícia Federal (PF) emitiu uma nota na terça-feira (23), criticando a disseminação de informações sobre as investigações dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, alegando que essas informações “não condizem com a realidade”.

Após revelações de negociações de delação premiada com Ronnie Lessa, preso pelo crime, a PF esclareceu que apenas uma delação foi fechada, envolvendo o ex-policial militar Élcio Queiroz.

Um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) explicou que houve uma reunião da Corte Especial no final do ano passado para definir o foro do caso.

Élcio Queiroz. (Foto: Reprodução)

Embora tenha havido expectativas de uma proposta de delação, até o momento nada foi encaminhado à Corte. O ministro esclareceu que não houve sessão secreta, mas sim uma discussão sobre a competência do STJ para analisar uma possível delação de Lessa.

“Não houve sessão secreta no STJ. O que aconteceu foi que, no fim do ano passado, numa sessão da Corte Especial, o ministro Raul, que é o relator, levou o caso porque havia ainda uma perspectiva de uma proposta de delação e ele queria indagar sobre a competência”, disse o magistrado.

“E aí, como o caso é sigiloso, foi fechada a porta por causa da questão do sigilo. E decidiu-se a competência para que, se houvesse delação, ela fosse analisada no STJ. Foi isso. Nenhuma delação foi encaminhada ainda e a competência ficou no STJ”.

O ministro destacou que os próximos passos incluem o envio da delação, a audiência do Ministério Público e a decisão sobre sua homologação.

“Agora, os próximos passos, é que deve chegar a delação e o relator deve ouvir o Ministério Público e homologar ou não. E ver qual a posição do MP, se vai pedir diligência e oferecer denúncia”, afirmou.

Flávio Dino, ainda ministro da Justiça, chamou as notícias sobre a suposta delação de Lessa de “especulação” e afirmou que, no momento, não há confirmação de um acordo processual entre Lessa e a PF.

“O que eu creio que há, infelizmente, são especulações. Especulações que, às vezes, são irresponsáveis. Às vezes, são especulações interesseiras de quem quer, de algum modo, embaraçar ou macular o trabalho investigativo. Há uma expectativa geral, mas não há neste momento algo que confirme isso e, ao mesmo tempo, não há prazo”, disse Dino.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram,clique neste link