A Polícia Federal (PF) emitiu uma nota na terça-feira (23), criticando a disseminação de informações sobre as investigações dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes, alegando que essas informações “não condizem com a realidade”.
Após revelações de negociações de delação premiada com Ronnie Lessa, preso pelo crime, a PF esclareceu que apenas uma delação foi fechada, envolvendo o ex-policial militar Élcio Queiroz.
Um ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) explicou que houve uma reunião da Corte Especial no final do ano passado para definir o foro do caso.
Embora tenha havido expectativas de uma proposta de delação, até o momento nada foi encaminhado à Corte. O ministro esclareceu que não houve sessão secreta, mas sim uma discussão sobre a competência do STJ para analisar uma possível delação de Lessa.
“Não houve sessão secreta no STJ. O que aconteceu foi que, no fim do ano passado, numa sessão da Corte Especial, o ministro Raul, que é o relator, levou o caso porque havia ainda uma perspectiva de uma proposta de delação e ele queria indagar sobre a competência”, disse o magistrado.
“E aí, como o caso é sigiloso, foi fechada a porta por causa da questão do sigilo. E decidiu-se a competência para que, se houvesse delação, ela fosse analisada no STJ. Foi isso. Nenhuma delação foi encaminhada ainda e a competência ficou no STJ”.
O ministro destacou que os próximos passos incluem o envio da delação, a audiência do Ministério Público e a decisão sobre sua homologação.
“Agora, os próximos passos, é que deve chegar a delação e o relator deve ouvir o Ministério Público e homologar ou não. E ver qual a posição do MP, se vai pedir diligência e oferecer denúncia”, afirmou.
Flávio Dino, ainda ministro da Justiça, chamou as notícias sobre a suposta delação de Lessa de “especulação” e afirmou que, no momento, não há confirmação de um acordo processual entre Lessa e a PF.
“O que eu creio que há, infelizmente, são especulações. Especulações que, às vezes, são irresponsáveis. Às vezes, são especulações interesseiras de quem quer, de algum modo, embaraçar ou macular o trabalho investigativo. Há uma expectativa geral, mas não há neste momento algo que confirme isso e, ao mesmo tempo, não há prazo”, disse Dino.
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