Médica bolsonarista que presta depoimento à CPI da Covid nesta terça (1), Nise Yamaguchi foi expulsa do hospital Albert Einstein por sua defesa intransigente da cloroquina e do isolamento vertical.
Contribuiu para sua saída uma fala infeliz comparando judeus no holocausto a um “rebanho”.
Em pesquisa em julho do ano passado, o hospital (junto do HCor, Sírio-Libanês, Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesas de São Paulo, além do Brazilian Clinical Research Institute e Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva) concluiu que a cloroquina, utilizada ou não em conjunto com o antibiótico azitromicina, não tem qualquer efeito no tratamento da covid-19.
O mesmo estudo concluiu que o remédio oferece risco de arritmia cardíaca e lesões no fígado.
Logo depois, o hospital orientou médicos da instituição a não usarem a droga contra a doença.
Mesmo assim, a médica foi convocada à CPI por senadores bolsonaristas para defender a droga, mas ela não terá palanque na oitiva.
Senadores suspeitam que a médica assessorou clandestinamente o presidente durante a pandemia e que ela fazia parte de um “ministério paralelo” da Saúde.
Seu nome voltou ao noticiário após o depoimento de Antonio Barra Torres, diretor da Anvisa, que afirmou que ela participou de uma reunião no Planalto para tentar mudar a bula da cloroquina e incluir pacientes com covid-19.