Na primeira visita ao Brasil desde sua eleição, o presidente ultradireitista da Argentina, Javier Milei, quebrou o protocolo dos chefes de Estado ao evitar um encontro com i presidente Lula (PT) e chamou Jair Bolsonaro (PL), seu aliado político e investigado pela Polícia Federal (PF) por envolvimento no esquema de desvio de joias sauditas, de “perseguido judicial”.
Milei chegou a Balneário Camboriú, Santa Catarina, no sábado, sendo recebido pelo ex-chefe do Executivo e pelos governadores bolsoraristas Jorginho Mello (PL-SC) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP).
Já no domingo, ele participou da a 5ª edição da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), congresso conservador onde em seu discurso, evitou mencionar Lula diretamente, mas criticou os governos de esquerda na América Latina.
Milei é ovacionado no CPAC! pic.twitter.com/84XaFL24bi
— MarioFrias (@mfriasoficial) July 7, 2024
Milei subiu ao palco por volta das 17h, sendo aclamado com aplausos e gritos de “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”. Ele agradeceu a recepção calorosa de Bolsonaro e afirmou sentir-se “em casa e sempre bem entre amigos”.
“Olhem o que aconteceu na Venezuela e na Bolívia em 2019, quando Evo Morales se obstinou com um terceiro mandato inconstitucional. Olhem a perseguição judicial que sofre o nosso amigo Jair Bolsonaro aqui no Brasil e o que está acontecendo na Bolívia agora mesmo; estão dispostos a montar um falso golpe de Estado”, disse.
Milei faz forte discurso na #CPAC e alerta sobre riscos que o Brasil sofre nas mãos daqueles que dizem fazer o que fazem em nome da "democracia".
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— Carla Zambelli (@Zambelli2210) July 8, 2024
Vale destacar que a relação entre Milei e Lula tem sido tensa desde a campanha do argentino, que fez constantes ataques ao líder brasileiro. Na semana passada, ele chamou o petista de “corrupto” e cancelou sua participação na Cúpula do Mercosul, no Paraguai, para poder comparecer à CPAC.
O Itamaraty, entretanto, recomendou que presidente brasileiro não respondesse às provocações, mas manteve atenção aos movimentos do argentino, caso houvesse uma nova escalada de tensão.