Nesta sexta (24), José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil e ex-presidente do PT, chamou a atenção do Partido dos Trabalhadores e do governo Lula durante seu discurso no terceiro encontro nacional da ala Avante PT. Ele afirmou que o partido não está preparado para um “tranco” que a direita pode vir a dar no futuro.
Dirceu antecipa um possível avanço da direita sobre o partido e afirma que é necessário mudar para resistir. Destacou que o momento político atual, com negociações envolvendo Arthur Lira, não reflete a realidade, e o PT não está preparado para enfrentar um possível revés nas eleições de 2024.
O ex-ministro enfatizou a complexidade do cenário político atual, caracterizando-o como uma coabitação, onde a maioria parlamentar é de direita, e isso influencia a governabilidade. Incentivou o partido a refletir, debater e tomar medidas para planejar os próximos quatro ou oito anos.
Dirceu ressaltou que, embora o PT seja popular, ainda está longe de atingir seu potencial máximo. Criticou a falta de visibilidade em 2021, a ausência de propostas e programas, e a falta de mobilização em apoio ao governo Lula.
O petista defendeu uma abordagem de médio prazo, sugerindo uma perspectiva de 12 anos para mudar a correlação de forças e transformar o partido. Destacou a importância de construir um partido capaz de enfrentar desafios futuros e não se contentar apenas com o reformismo, mas visar a mudança estrutural do Brasil.
Dirceu também apontou problemas de governabilidade, organização e avaliação de ministérios no governo Lula, destacando a necessidade de uma avaliação do primeiro ano de mandato. Ele enfatizou que é preciso discutir as questões internas do partido e pensar em mudanças estruturais a longo prazo para constituir uma alternativa de mudança no Brasil.