O presidente Jair Bolsonaro já avisou ao Palácio do Planalto que o novo Bolsa Família pagará R$ 400 aos beneficiários a partir de novembro. Custe o que custar. A bravata da vez não é por acaso. A PEC dos Precatórios não tem andado no Congresso Nacional e corre sério risco de ser aprovada.
Desta forma, o governo bolsonarista teria que encontrar outro meio de financiar o Auxílio Brasil. E o presidente foi aconselhado pela ala política que o apoia a decretar um novo estado de calamidade pública. Isto permitira que ele estourasse o teto de gasto, prorrogando o auxílio emergencial.
Bolsonaro então avisou que seguirá o conselho da sua base. Na opinião dele, é uma forma de voltar ao jogo e buscar ser reeleito. Porém, Paulo Guedes não concorda com a ação. A equipe econômica avaliou que não tem argumento sólido para que ocorra uma atitude deste tipo.
Inclusive, subsecretário de Planejamento Estratégico da Política Fiscal, David Rebelo Athayde, deixou claro o posicionamento do Ministério. “Não tem nenhuma possibilidade da equipe econômica de defender a ideia de que haja calamidade pública”, afirmou ontem em coletiva de imprensa.
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Guedes e Bolsonaro e a nova crise
Paulo Guedes abriu mão das suas convicções e aceitou em “seco” colocar o Auxílio Brasil em R$ 400. Só que isso gerou problemas no Ministério da Economia, com saídas de alguns secretários. Agora o ministro não pretende ceder novamente. Se a PEC não passar, vai brigar para barrar o decreto de estado de calamidade pública.
Já Bolsonaro avisou aos aliados que “com o Guedes, eu me entendo”. E disse que vai cumprir aquilo que deseja. Na opinião dele, Rodrigo Pacheco é o principal responsável pelas derrotas dele no Congresso. E agora sente que o presidente do Senado quer barrar o novo Bolsa Família.