O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sinalizou na quarta-feira (14) que o Brasil pode aderir ao megaprojeto de infraestrutura da China Belt and Road Iniciative (Iniciativa Cinturão e Rota, em português), conhecido como a “nova Rota da Seda”.
“Os chineses querem discutir conosco a ‘Rota da Seda’. Nós vamos discutir a ‘Rota da Seda’”, disse o petista durante discurso na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
“Nós não vamos fechar os olhos, não. Nós vamos dizer: O que é que tem para nós? O que eu tenho com isso? O que eu ganho? Porque essa é a discussão”, prosseguiu.
A iniciativa enfrenta crescente objeção de parceiros ocidentais do Brasil, como Estados Unidos e a União Europeia.
O discurso ocorreu ao lado do presidente da CNI, Ricardo Alban, que endossou a posição de Lula.
“Não pense que quando falo da China quero brigar com os EUA, pelo contrário. Quero os Estados Unidos do nosso lado tanto quanto quero a China. Eu quero saber onde é que nós entramos, qual o lugar eu vou entrar, com quem eu vou dançar? O Brasil só será respeitado se tiver projeto”, afirmou o presidente.
É a terceira vez, nos últimos três meses, que Lula sinaliza uma possível adesão do Brasil à iniciativa. O projeto foi lançado em 2013 pelo presidente chinês Xi Jinping e já atraiu contratos que somaram US$ 2 trilhões.
Ao todo, 147 países ingressaram em projetos ou manifestaram interesse em participar da iniciativa.