Novato na Forbes, bilionário critica taxação de fortunas e prevê fuga de “cabeças brilhantes”

Atualizado em 7 de setembro de 2024 às 16:53
Ricardo Castellar Faria. Foto: Divulgação

O empresário Ricardo Castellar Faria, fundador da Granja Faria, maior produtora de ovos do Brasil, e estreante na lista de bilionários da revista ‘Forbes’, expressou sua forte oposição às propostas de taxação de grandes fortunas defendidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Segundo ele, a medida poderia causar uma fuga em massa de capitais e afastar “cabeças brilhantes” do país, prejudicando o ambiente de negócios no Brasil. Para o empresário, a ideia de tributar grandes fortunas é uma “loucura” que resultaria na evasão de recursos e talentos.

“O capital é um cachorro medroso. Se ele sentir que está prestes a ser atingido, ele vai fugir”, afirmou Castellar, referindo-se à possível migração de empresas e investidores para outros países. Ele enfatizou que a fuga de capital levaria consigo as “cabeças brilhantes” que impulsionam a inovação e o crescimento econômico.

Ele destacou países como Cingapura e Dubai como modelos de ambientes propícios para negócios, citando suas baixas taxas de tributação como atrativos para investidores e empreendedores. “O Imposto de Renda em Dubai é zero, e o IVA é de 5%. Muitas pessoas se perguntam: ‘por que vou pagar 20% aqui se posso pagar zero lá?'”, questionou ele, defendendo um ambiente que incentive o risco e o investimento no Brasil.

Reunião do G20. Foto: Divulgação

Um estudo encomendado pelo G20 sugere que uma taxação de 2% sobre as grandes fortunas poderia gerar US$ 250 bilhões anualmente, o que poderia ser utilizado para combater a desigualdade. No entanto, ele argumenta que a solução para os problemas econômicos não está em tributar os ricos, mas em adotar políticas que incentivem o empreendedorismo.

Embora tenha se tornado um dos empresários mais ricos do Brasil, Castellar descartou a possibilidade de abrir o capital da Granja Faria na Bolsa de Valores do Brasil (B3) no momento. Ele apontou a falta de um ambiente favorável para novos investimentos no Brasil como o principal obstáculo. “O Brasil está completamente fechado para novos investimentos e vem andando de lado desde a pandemia”, afirmou.

O empresário também não descartou a possibilidade de listar a Granja Faria no exterior no futuro, afirmando que as decisões podem mudar conforme o contexto econômico se altera. “Quando mudam os fatos, só os idiotas não mudam”, comentou, ressaltando que, há cinco anos, a ideia de abrir o capital no Brasil parecia mais viável.

A falta de ofertas públicas iniciais (IPOs) no Brasil nos últimos anos reflete o cenário econômico adverso mencionado por Castellar. Enquanto 2021 registrou um recorde de 45 IPOs, nos anos seguintes nenhuma empresa lançou suas ações na bolsa brasileira, optando por buscar mercados internacionais.

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