Novo decreto de Milei é chamado de extorsão e abre crise política na Argentina

Atualizado em 29 de fevereiro de 2024 às 10:02
O presidente argentino, Javier Milei. Foto: reprodução

O presidente ultradireitista argentino, Javier Milei, publicou mais um decreto esta semana cortando recursos para províncias argentinas. Desta vez, o Fundo de Fortalecimento Fiscal da província de Buenos Aires foi cancelado, provocando uma resposta inflamada do governador Axel Kicillof, que prometeu contestar a decisão.

Em coletiva de imprensa, Kicillof acusou o presidente de extorsão e ameaças às províncias argentinas, afirmando que “o ajuste foi direcionado não apenas contra a elite ou um setor específico, mas sim contra o povo da província e de todo o país”.

Ele alertou ainda que o corte afetará, entre outras áreas, o pagamento de salários de professores e o financiamento da alimentação dos alunos, conforme informações do UOL.

Na semana anterior, Milei havia suspendido recursos da província de Chubut, na região patagônica. Em resposta, o governador Ignacio Torres buscou intervenção judicial e ameaçou interromper o fornecimento de petróleo e gás para o restante do país. Outros quatro governadores da Patagônia argentina, responsáveis por cerca de 90% da produção nacional de petróleo e gás, expressaram solidariedade à Chubut.

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O presidente argentino, Javier Milei. Foto: reprodução

Na última terça-feira (27), a primeira instância da justiça federal ordenou ao governo nacional que restituísse o acesso aos recursos de Chubut, mas o governo Milei anunciou que recorrerá da decisão.

Em entrevista ao jornal La Nación, Torres afirmou que o objetivo do governo nacional é “dizimar uma província para dar exemplo e disciplinar as demais”, acrescentando que Milei corta “todas as vias de diálogo com qualquer governador, deputado ou pessoa que ouse discordar”.

Em suas redes sociais, Milei comentou a crise política, justificando que “a elite política está afundada na miséria e recorrendo a todas as mentiras para proteger seus privilégios e transferir os custos de seus delírios para os bons argentinos”.

Vale destacar que o governo argentino justificou o cancelamento do fundo de Buenos Aires como uma medida necessária para realizar um ajuste fiscal de até 5% do Produto Interno Bruto (PIB) nas contas do Estado.

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