[youtube http://www.youtube.com/watch?v=IODFjFHgJYA&w=425&h=349]
Londres, como se sabe, é uma cidade em que você vive sob câmeras.
Virtualmente em todo lugar em que você está existe um aviso: câmeras estão captando você. Isso traz à população um sentimento misto de segurança e invasão de privacidade.
Muita gente estava encapuzada, nos tumultos da semana passada, exatamente para fugir das câmaras.
É incalculável o acervo de imagens captadas pelas câmeras londrinas. A polícia começa a liberar vídeos. Um deles é o que você vê no topo desta página.
Parece comédia, pastelão, uma cena de Loucademia de Polícia. Mas não é. Arruaceiros saqueiam uma loja. Policiais chegam a pé. Os saqueadores correm pela calçada de uma rua estreita e escura, e os policiais vão atrás. Mas não pela calçada, e sim pelo meio da rua, onde viram um alvo fácil para um carro em alta velocidade que arremete contra eles como se fossem peças de boliche. E então você vê os policiais correndo na direção contrária. Um deles parece ter sido atropelado.
Ao mesmo tempo em que os vídeos novos aparecem, perdura uma polêmica sobre a qual já falei no Diário, em torno das palavras de um historiador, David Starkley, que num programa da BBC disse que nos protestos caóticos de Londres “os brancos se tornaram negros”.
Nunca Starkley foi tão falado entre os britânicos — mas não da maneira que ele gostaria.