Número de mortes em acidentes aéreos no Brasil é o maior em dez anos

Atualizado em 27 de outubro de 2024 às 11:13
Avião com 62 pessoas a bordo cai em Vinhedo, São Paulo — Foto: Claudia Vitorino/ Arquivo pessoal

Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) revelam um aumento no número de mortes em acidentes aéreos no Brasil em 2024, com 127 fatalidades registradas até o momento — cifra que não inclui um acidente recente em São Paulo, no qual cinco pessoas perderam a vida.

Esse número supera as estatísticas de 2023, quando 77 pessoas faleceram em acidentes aéreos. Um dos principais responsáveis pelo aumento em 2024 foi a queda de um voo da Voepass em Vinhedo, que resultou na morte de 61 ocupantes.

Até agora, foram registrados 136 acidentes no total, dos quais 33 envolveram fatalidades. Em comparação, há dez anos, em 2014, ocorreram 175 incidentes, resultando em 83 mortes. Antes de 2024, o último ano com mais fatalidades foi 2016, que registrou 104 mortes em 45 acidentes.

Segundo o Cenipa, as principais causas dos incidentes deste ano incluem falhas de motor, excursão de pista (quando a aeronave sai dos limites durante pouso ou decolagem) e perda de controle, indicando que tanto problemas mecânicos quanto erros operacionais e condições climáticas adversas têm influenciado as estatísticas.

Apesar do aumento nas fatalidades, o panorama não sugere uma “epidemia” de acidentes aéreos. Maurício Pontes, investigador de acidentes, afirmou ao Globo que cada evento possui um contexto e causas distintas. Ele ressalta que o cenário atual evidencia a necessidade de maior fiscalização nas operações de voos executivos e aeronaves menores, além de investimentos em infraestrutura e treinamento especializado.

“Não é possível afirmar que há uma epidemia de acidentes aéreos. Cada conclusão investigativa deve ser analisada individualmente; os casos mais recentes não nos permitem estabelecer um nexo causal entre eles. Cada um desses 155 eventos conta uma história diferente. São ocorrências isoladas, que não indicam que este seja um momento ruim para viajar de avião”, declarou ao portal.

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