Nunes abandona moradores de rua e devolve R$ 5,2 milhões ao governo de SP

Atualizado em 21 de junho de 2024 às 16:49
Pessoas em situação de Rua em São Paulo. Foto: Jorge Araujo/Fotos Públicas

A Prefeitura de São Paulo, comandada pelo bolsonarista Ricardo Nunes (MDB), abriu mão de R$ 5,2 milhões do governo estadual e abandonou pessoas em situação de rua em 2024. O valor seria o suficiente para pagar moradia social para 114 pessoas.

O Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS) transferiu um total de R$ 52 milhões para a cidade após o Censo da População em Situação de Rua, feito em 2021, indicar que quase 32 mil pessoas não tinham onde morar na capital paulista, número que representa um aumento de 30% em relação a 2019.

Mesmo assim, Nunes preferiu não utilizar integralmente o valor. Edvaldo Gonçalves de Souza, membro do Conselho Estadual de Assistência Social (CONSEAS), órgão responsável pelo repasse, afirma que procurou a Prefeitura de São Paulo quatro vezes para falar sobre o tema, mas foi ignorado.

“Chamamos quatro vezes a Prefeitura para explicar por que não estavam usando o dinheiro, mas nos deixaram a ver navios. Eles iam devolver R$ 27 milhões, mas nós alertamos antes. Tentaram reprogramar R$ 11,5 milhões para 2024, mas não era possível reprogramar pela segunda vez”, relatou.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Ele ainda é representante das pessoas em situação de rua no Conseas e afirmou que as moradias oferecidas pela Prefeitura carecem de estrutura adequada e apresentam diversos problemas.

“Tem problemas de comida azeda, camas com muquirana, que é o carrapato de pombo, e quartos quebrados. Isso também foi cobrado. A Prefeitura dizia que não era possível modificar as acomodações, não apresentava nenhuma solução. Parecia que estávamos brincando de conselho”, prossegue.

A gestão Nunes também tem sido criticada pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) pela baixa qualidade dos serviços prestados à população vulnerável enquanto gasta milhões em contratos em caráter emergencial para serviços socioassistenciais.

Em três anos e meio de gestão, 688 dos 1.338 serviços do setor contratados (52% do total) foram feitos de forma emergencial. Essas obras custaram R$ 57,8 milhões ao município.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link

Siga nossa nova conta no X, clique neste link

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link