Um levantamento feito pelo jornal O Globo mostrou que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Nunes Marques e André Mendonça, costumam concordar entre si e serem derrotados pela maioria em grande parte das votações. Os dois magistrados foram indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O grupo formado por Edson Fachin, Nunes Marques, André Mendonça e Gilmar Mendes discorda, em média, quase três vezes mais da visão majoritária do STF que os demais magistrados. Ao analisar apenas Marques e Mendonça, a discordância conjunta ante os outros ministros fica ainda mais evidente em temas caros ao bolsonarismo.
O Globo levou em conta mais de 7,6 mil decisões finais, liminares e de recursos tomadas no primeiro semestre de 2023, tanto no plenário quanto nas turmas. Foram localizadas 511 decisões sacramentadas com alguma discordância entre os ministros, ou seja, casos em que prevaleceu o entendimento da maioria.
Foram desconsiderados na análise os inquéritos dos atos antidemocráticos, que, pelo alto número de réus, poderiam distorcer as estatísticas.
Os dados apontam que nenhum ministro teve tanta sintonia com outro ao divergir quanto Nunes Marques e André Mendonça. Foram 59 episódios no semestre.