O ministro Kassio Nunes Marques do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por levar a suspensão da rede social X, antigo Twitter, para o plenário da Corte. Segundo a jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, esse gesto pode ser visto pelos demais magistrados como uma resposta a grupos radicais. Nunes Marques justificou sua ação argumentando que o bloqueio da plataforma é um tema “sensível” e requer cautela do Supremo.
Essa movimentação ocorre em meio a duas pressões que o ministro tem enfrentado nos últimos dias. De um lado, a base bolsonarista exige que o debate seja levado ao plenário, com a participação de todos os ministros, em vez de ser decidido apenas por uma das turmas.
Vale lembrar que a Primeira Turma do STF já havia decidido, por unanimidade, pela manutenção da suspensão da plataforma. De outro lado, Nunes Marques foi alvo de críticas após ser noticiado que viajou em um jato de um empresário de bet investigado para ir a festa de aniversário promovida pelo cantor sertanejo Gusttavo Lima, em um iate na Grécia.
A proposta do ministro indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de levar o caso ao plenário, ainda não está totalmente definida, e há a possibilidade de uma decisão individual ser tomada antes disso. A assessoria do STF destacou que essa ação, se ocorrer, pode partir do próprio Nunes Marques, mas ainda não há prazo para qualquer manifestação.
O julgamento completo da questão por todos os ministros do Supremo já era uma ideia defendida por alguns magistrados. Esses ministros acreditam que uma decisão colegiada ajudaria a diminuir a pressão sobre Alexandre de Moraes, afastando o foco da crise que vem sendo tratada como um embate entre Moraes e o bilionário Elon Musk, dono da plataforma X.
Segundo Sadi, os magistrados reforçaram que, embora seja esperado que a decisão de suspender a rede social seja mantida, o debate no plenário pode trazer à tona algumas divergências. No entanto, eles acreditam que essas diferenças serão superadas durante as discussões.
Dessa forma, consideram justa a análise do caso por todos os membros do STF, o que garantiria mais legitimidade à decisão final e ajudaria a suavizar o clima de tensão gerado pela polêmica em torno da suspensão da plataforma.