O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), mentiu durante o debate da última segunda-feira (14), promovido pela Band, ao dizer que apenas o governo Lula (PT) é responsável por supervisionar a Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo.
“É inaceitável que o governo federal, que detém a concessão, regulação e fiscalização, não tenha feito nada”, afirmou o atual prefeito, que culpou exclusivamente a empresa privada pelo problema enfrentado nos últimos dias na capital paulista.
Embora o contrato de concessão tenha sido assinado entre o governo federal e a Enel, a supervisão da empresa não é de responsabilidade única do governo federal. Na verdade, a fiscalização envolve múltiplos entes federativos.
A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), autarquia vinculada ao Ministério de Minas e Energia, é a principal responsável pela regulação, mas a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), ligada ao governo estadual, também participa da supervisão.
Nunes é impreciso ao dizer que apenas o governo federal é responsável por supervisionar a Enel.
A fiscalização é feita pela Aneel, autarquia ligada ao Ministério de Minas e Energia, mas não subordinada à pasta, e pela Arsesp, ligada ao governo estadual.https://t.co/6mLm0huAxF pic.twitter.com/GGijZXNEIZ
— Aos Fatos (@aosfatos) October 15, 2024
A crise energética em São Paulo já dura quatro dias, e cerca de 250 mil imóveis permaneciam sem luz na manhã desta terça-feira (15), conforme balanço divulgado pela Enel às 6h. Na noite anterior, segunda-feira (14), o número de unidades afetadas era de 340 mil.
A Aneel informou que irá intimar a Enel para prestar esclarecimentos sobre a situação. A empresa, por sua vez, se comprometeu a restabelecer o fornecimento de energia em todo o estado dentro de três dias, de acordo com o comunicado feito à Aneel na última segunda-feira (14).