O balanço do primeiro mês da prisão de Lula é repleto de más notícias — para a direita e seus carcereiros.
Curitiba tornou-se capital da resistência lulista, com três acampamentos montados nas imediações da sede da Polícia Federal.
Na esquina Olga Benário, em frente ao prédio, atos acontecem frequentemente. A saudação “Bom dia, presidente Lula” enlouquece fascistoides. Um deles teve um piti e quebrou o aparelho de som.
Nesta segunda, a praça General Osório, na chamada Boca Maldita, ganhou distribuição de folhetos convocando para a “resistência”.
Leonardo Boff conseguiu finalmente visitar o velho amigo. Emocionou-se ao contar que ele estava indignado com a “injusta condenação”.
Lula lhe garantiu que é “candidatíssimo à presidência da República”.
A juíza Carolina Lebbos autorizou o cadastramento dos dois médicos nominados pela defesa para acompanhamento periódico, liberou esteira ergométrica e um “aparelho reprodutor de música com fone de ouvido (estilo ipod)”.
(Para manter a fama, negou um frigobar e o pedido de vistoria da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados).
Em Londres, o detalhe poético de um bonito cartaz num poste no bairro de Peckham.
Do lado de fora, Lula continua imbatível.
O diretor do Instituto Paraná, Murilo Hidalgo, o definiu como “fenômeno eleitoral”.
“Mesmo estando preso, ele tem uma liderança com folga. É um fato a ser estudado”, disse em entrevista à Jovem Pan.
Da cadeia, coloca seu candidato no segundo turno.
Compare com o poderoso Eduardo Cunha, por exemplo, um lixo que tenta agora emplacar a filha como deputada.
Diretamente de uma cela de 15 metros quadrados, Lula continua o protagonista absoluto da corrida ao Planalto, senhor do noticiário, para desespero de quem o enjaulou.
Não deu certo. Ele se transformou, como falou, numa ideia. Ideia não vai em cana.
Se isso não mudou em 30 dias, não vai mudar em 40 ou 60.