Por Luis Felipe Miguel
As conversas no celular do coronel Mauro Cid, braço-direito de Bolsonaro, expuseram seu colega de farda, de patente e de golpe, Jean Lawand.
Convocado para depor na CPI do 8 de janeiro, ele anotou uma série de recomendações na capa do seu caderno. A segunda delas: “não aloprar”.
Uma boa dica, mas que chegou tarde. O bolsonarismo aloprou já faz tempo.
A lista incluía ainda coisas como “se alimentar”, “não perca emocional” e “mãos juntas”. Faltou um conselho básico: “não mentir”. Na ausência dele, Lawand contou cada história que até Deus duvida.
Embora as mensagens mostrem que ele clamava por uma ordem para que o alto comando do Exército impedisse a posse de Lula, sustentou na CPI que seu objetivo era “apaziguar aquilo, [para] as pessoas voltarem às suas casas e seguirem a vida”.
A anotação mais misteriosa era “não cagoete”. Era para controlar algum cacoete (com “c”) ou para não caguetar (com “u”) alguém?
Se é a primeira interpretação, não deu certo. Se é a segunda, Lawand foi bem. Preso a seu script fictício, não convenceu ninguém, mas não denunciou os comparsas.
Originalmente publicado no Facebook do autor
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