Ladies & Gentlemen
Boss, gentilmente, me concedeu um aumento em razão da qualidade terrível das partidas que vejo profissionalmente para cobrir o “Big Brazilian” (Brasileirão) para o DCM.
Ele me traduziu algumas cartas de leitores nacionalistas irados com minhas críticas às partidas. Mas mesmo minha neurastênica e azeda mulher Chrissie, sempre disposta a me contestar, concorda que os jogos parecem ser disputados na “heath” – várzea.
Ontem oscilei entre duas partidas: a do former (ex)Almighty e a do São Paulo. Horríveis, ambas.
Primeiro, o Timão. Foi massacrado. Me pergunto: estariam os jogadores boicotando o técnico, ou apenas estão desinteressados mesmo, numa espécie de ressaca depois de conquistar títulos como a Libertadores e o Mundial?
Estou na dúvida. E imagino que os dirigentes do time também. Se os jogadores não querem mais o técnico, convém dispensá-lo logo antes que a relegation (rebaixamento) ameace o Corinthians, uma vez mais.
Ah, mas ele ganhou tanta coisa: não importa. O futebol é o único esporte no qual o passado não existe. Videoteipe não é respeitado no universo futebolístico.
O Corinthians parece, hoje, ter a impotência de um exército de eunucos. E nisso se aproxima do rival São Paulo. Os dois times simplesmente não conseguem fazer gols.
O novo técnico do Tricolor disse uma coisa engraçada depois do jogo de ontem, conforme li no Bleacher Report. “A única coisa que me dá esperança é o futebol que apresentamos contra o Grêmio.”
Ele estava se referindo à relegation. Se a esperança deriva do futebol ridiculous que o São Paulo jogou contra o Grêmio, outro time futebolisticamente detestável, então o caso é mais grave do que eu pensava. Considere: os dois melhores jogadores do São Paulo somam quase 80 anos.
Em síntese: estádios vazios, espetáculos deprimentes, escassez devastadora de gols e de lances bonitos.
Ladies & Gentlemen: Boss talvez devesse me dar, rapidamente, um novo aumento.
Sincerely.
Scott.
Tradução: Erika Kazumi Nakamura