O caso de Bannon explicita como ele e seus pares encaram o público de extrema-direita: um bando de otários

Atualizado em 21 de agosto de 2020 às 18:18
Olavo e Bannon em jantar nos EUA para Bolsonaro

O picareta Steve Bannon, guru da extrema-direita, e três outros pilantras foram presos na quinta por receberem dinheiro doado para ajudar a construir um muro ao longo da fronteira dos EUA com o México.

Bannon, Brian Kolfage, Andrew Badolato, Timothy Shea “e outros orquestraram um esquema para fraudar centenas de milhares de pessoas”, de acordo com o Ministério Público de Nova York.

A campanha de crowdfunding online “We Build the Wall” arrecadou mais de US $ 25 milhões.

Kolfage costumava repetir que “não pegaria um centavo de salário”. Bannon declarou que “somos uma organização voluntária”.

Na verdade, embolsaram milhões.

O caso revela como Bannon e seus sequazes encaram seu gado: como otários completos a ser rapelados.

Estrategista da campanha de Donald Trump de 2016, o sujeito se declarou inocente e pagou US$ 5 milhões de fiança.

É um homem rico. De acordo com a Forbes, ele vale US$ 48 milhões.

Foi detido num mega-iate de um bilionário chinês avaliado em US$ 28 milhões. Tem jatos e outros brinquedos.

Ele, como seu ersatz Olavo de Carvalho e toda a corriola no poder, inclusive Jair Bolsonaro, vêem seus seguidores como cofrinhos de onde se pode tirar uma grana fácil.

Que tipo de idiota paga por uma barreira para impedir a aproximação de mexicanos, como se isso fosse funcionar?

O direitista. O racista. O panaca anticomunista. Um Ernesto Araújo.

O esquema de fake news que Bannon lapidou conta com alguém na ponta da linha para acreditar, por exemplo, que Obama nasceu no Quênia ou em mamadeira de piroca.

Desconjuntado, pretensioso e cínico, Bannon se referia à base de eleitores de Trump como “hobbits”.

Foi preso exatamente por isso: o desprezo por sua gente era tão grande que ele não via problema em escancarar o assalto.

O gado muge e cai no golpe desses monstros — aqui e no resto do mundo inteiro.