Publicado originalmente no Blog do Autor:
A médica negacionista Nise Yamaguchi está depondo na CPI. É mais do que enrolativa, é fraca, sem capacidade de argumentação.
Hoje, ela não sabe nem se defende ou não defende a imunidade de rebanho.
A direita ficou ainda mais simplória ao ser empurrada para a extrema direita.
A estratégia da médica é a mesma de todos os da turma de Bolsonaro que já foram interrogados: não falava com Bolsonaro, Bolsonaro não sabia de nada e ela não integrava o gabinete paralelo pró-cloroquina dentro do Ministério da Saúde.
O tom do depoimento reafirma o que a médica vem dizendo desde o início da pandemia. Ela mantém insinuações criminosas de desqualificação da eficiência das vacinas.
Nise afirmou no ano passado (o vídeo foi mostrado na CPI) que o Brasil não poderia cometer o erro de fazer vacinação de massa e “aleatória”.
A posição da médica era muito clara: a vacinação não poderia ser um esforço de saúde pública, porque não daria o resultado esperado diante da ideia de que o melhor seria o contágio de manada.
Na CPI, ela tentou amenizar a afirmação, mas sem retificar a posição de que a vacina e o tratamento precoce se equivalem.
É uma imunologista que contribui com a tática da extrema direita de criar confusão, depreciar a vacinação e sugerir que vacina é tratamento precoce têm a mesma importância.
As bobagens de Nise não são inofensivas. O presidente da CPI, Omar Aziz, chegou a interrompê-la para alertar quem vê a TV do Senado: “Desconsiderem o que ela está dizendo”.
Está cada vez mais claro, pelas vacilações da médica, que ela foi a autora da minuta de mudança na bula da cloroquina, para que fosse usada na prevenção à Covid-19.
É uma atitude criminosa. O depoimento de Nise Yamaguchi é ruim até como entretenimento. Caiu muito a qualidade da CPI.