Texto originalmente publicado no Tijolaço.
Por Fernando Brito
Não é “oficial”, mas montei um gráfico com os números já divulgados do Datafolha.
Dispensa explicações.
Como a Folha admite que 35% é o mínimo que Lula atinge nos cenários propostos, é “daí para pior”.
Algumas observações , quase óbvias.
A perseguição beneficiou Lula em grande escala. Passar de 30 apara 35% significa que cada cinco eleitores de Lula viraram seis.
Se estes seis virarem sete, chegam a 41% e vence, provavelmente, no primeiro turno, dado o grau de rejeição à política que a mídia incutiu na população.
Bolsonaro, aparentemente, chegou no seu teto, inacreditavelmente alto.
Mesmo se o esvaziarem, não têm certeza de que alguma parte de seus votos migrem para Lula.
Marina Silva é quase um voto nulo ou branco, é a fuga do debate político, quase uma desculpa para abstenção.
Dória, como me disse um amigo, é um avião que deu todo o o motor e chegou à metade da pista sem velocidade para decolar e acelerado demais para abortar a corrida.
Até mesmo um arranjo para que ele reflua a uma candidatura a governador, se não quiser se aventurar fora do PSDB terá um sabor de “é, não deu” e uma desconfiança imensa pelo seu comportamento de traidor do padrinho Alckmin.
E sinaliza que aventuras “Huck” e outras que tais não terão melhor resultado.
O resto é só o resto.
O mais significativo, porém, é o empate técnico num suposto “segundo turno” entre Lula e Moro.
Embora improvável ( e se tentado será um strip-tease das intenções do juiz, visível até para cegos) mostra que a exclusão de Lula da disputa eleitoral arrastará toda a legitimidade do processo.
O povão é muito mais decente que a classe média e mais inteligente que os doutores de “punhos de renda”.