“O desejo da PF é prender Bolsonaro”: aliados reclamam de operação contra o ex-presidente

Atualizado em 8 de fevereiro de 2024 às 18:31
A ex-ministra dos Direitos Humanos Damares Alves e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Adriano Machado/Reuters

Familiares e políticos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro reagiram à operação da Polícia Federal contra ele e seu entorno. Ele teve o passaporte apreendido por agentes da corporação e terá que cumprir medidas cautelares, como não se comunicar com os outros investigados no inquérito que apura organização criminosa que planejou golpe de Estado.

Sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, foi responsável por uma das manifestações. Por meio de seus stories do Instagram, ela publicou uma passagem bíblica, o versículo 17 do capítulo um do livro de Timóteo: “Ao Rei eterno, o Deus único, imortal e invisível, sejam honra e glória para todo o sempre. Amém”.

A ex-ministra dos Direitos Humanos e atualmente senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou estar sentindo “indignação”, mas afirmou que não está “surpresa” com a operação. “Sabemos como funciona o mecanismo. Muitos não acreditavam quando a gente falava e agora estão vendo tudo acontecer. Que Deus tenha misericórdia do nosso país”, afirmou.

Carla Zambelli (PL-SP) e outros parlamentares da bancada da sigla também se manifestaram. A deputada afirmou que o ex-presidente e seus aliados sofrem uma “perseguição descarada à oposição de Lula” e afirmou que a operação da PF seria uma reação ao ato de bolsonaristas em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, nesta quarta (7).

Essa é a mesma narrativa do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, que sugeriu que a decisão que autorizou as ações da PF tem viés político. “A política do Brasil hoje é feita no Supremo Tribunal Federal”, afirmou.

O deputado Abílio Brunini (PL-MT) afirmou que “o desejo da PF é prender Bolsonaro” e reclamou de uma suposta “perseguição” contra políticos de direita. “De-mo-cra-cia sem oposição é ditadura! Perseguir a direita, seus líderes, e querer silenciá-la é a prova que a democracia está em risco. Não respeitar a Constituição é um golpe na democracia”.

Carol de Toni (PL-SC) fez um discurso similar, citando as operações da PF contra Carlos Jordy (PL-RJ) e contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). “Depois de operações contra Carlos Jordy, Carlos Bolsonaro, a parte III da tentativa para incriminar Bolsonaro e aliados, por qualquer razão que seja, continua”, afirmou.

O ex-vice-presidente e atualmente senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) fez um discurso no plenário do Senado Federal reclamando de “processos ilegais” e “arbítrios do STF”, chegando a comparar o ministro Alexandre de Moraes a Adolf Hitler.

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