O dia em que Bolsonaro mijou no ministro do STF, em um general e nos presidentes do Congresso. Por Luís Nassif

Atualizado em 5 de março de 2020 às 6:47
Jair Bolsonaro. (EVARISTO SA/AFP)

Publicado originalmente no jornal GGN

POR LUIS NASSIF

Jair chegou à Praça dos Três Poderes com um palhaço que deu banana para os jornalistas reunidos na entrada do Palácio. Para os jornalistas? Que nada!  O simbolismo é muito maior.

Ante de chegar na praça ele passou no Supremo, viu Sua Excelência com sua toga engomada, tirou o pinto para fora e passou a mijar no pé da Sua Excelência, que saiu correndo pelos corredores, perseguido por um presidente de pinto de fora.

O Jair saiu do prédio do STF e não parou. No caminho encontrou um general 4 estrelas com espada na cinta, certamente indo a algum evento cívico. Não teve conversa! Mijou no pé do general. E o general nem reagiu porque, com seus gestos, Jair mija todos os dias no quepe do Alto Comando.

Depois, saiu da praça com a calça molhada pelos respingos do seu mijo, enxugou a calça com uma ponta da bandeira nacional, aquela mesma bandeira que me enchia de orgulho cívico cada vez que via hasteada, sob o som do Hino Nacional em marcha batida. Mas, agora, é a bandeira do Jair que passou com seu alter ego na frente do Palácio, deu uma banana para os jornalistas e rumou decidido em direção ao Senado. Com o pinto de fora.

O presidente do Senado estava entrando na casa quando Jair chegou. Ao ver Jair de pinto de fora, ele correu para o elevador. Mas um ascensorista bolsominion fechou a porta, tirou o pinto para fora e mijou no pé do presidente do Senado, misturando seu mijo democraticamente ao mijo do Jair.

Nem preciso dizer que, informado do ocorrido, o presidente da Câmara saiu correndo até a Segurança da casa e pediu uma escolta. De preferência armada de guarda-chuvas. Até conseguiu. Mas que segurança vai manter o guarda-chuva aberto se vê pela frente o presidente com o pinto de fora, mandando fechar?  E o presidente da Câmara levou uma mijada no pé.

Os rebentos do presidente se entusiasmaram, mas o mais aguerrido achou que só mijo poderia ser sinal de fraqueza. E passou a coordenar, pelas redes sociais, o Festival do Escarro, com participação popular, para escarrar no Supremo, no Forte Apache, na Câmara e no Senado. O filho comerciante achou que seria um bom negócio. E, orientado pelo filho-fritador-de-hamburger identificou um amplo mercado de contrabando de escarro americano, que é muito mais consistente que escarro subnutrido de brasileiros. E o festival do escarro foi marcado para o glorioso dia 15 de março.

Que tal acharam? Muita porcaria? Muita baixaria? Muita escatologia? Não reclamem! Este é a imagem do país, pela qual os Poderes deveriam velar, e que foi transformada nessa parede de mijo do Jair.