E então Eduardo Cunha foi carregado pelo Espírito Santo para uma reunião com Jesus.
Cunha sentou-se e disse: “Se és o Filho de Deus, libera a minha, por favor”.
Jesus respondeu: “Relaxa, Eduardo. Posso te chamar de Eduardo, certo?”
Cunha: “Prefiro Vossa Excelência, mas para o Senhor abro uma exceção. E aí, tem jeito?”
Jesus disse: “Acho que não vai dar. Escuta. Você vai devolver o dinheiro lavado na Assembleia de Deus.”
Eduardo Cunha se empertigou: “Não há uma única prova contra mim. Nada vai mudar meu comportamento e a forma como estou atuando.”
Jesus redarguiu: “Não ponha à prova o Senhor, seu Deus. Estamos só nós dois aqui… Quero também que você pare de usar meu nome para registrar domínios na internet. Pega mal pra mim.”
“Não estou entendendo…”, devolveu Eduardo, fingindo surpresa.
“Você comprou os endereços ‘jesusfacebook.com.br, ‘facebookjesus.com.br’, ‘facejesusbook.com.br’, ’portaljesusfacebook.com.br’ e mais 150 variações. Pode fechar tudo”, mandou.
“Posso ficar com o ‘jesustube.net.br’…?”, quis saber Cunha.
“Não”.
Eduardo apontou para um mapa do Brasil: “Tudo isto te darei se me deres aquela forcinha”.
Jesus disse-lhe: “Deixa disso, fera. Está escrito: ‘Não ponha à prova o Senhor’. Ralei muito para você jogar meu trabalho no lixo. Toma jeito e vaza”.
“Renúncia não faz parte do meu vocabulário. Estou absolutamente tranquilo e sereno”, retorquiu o Cunha, a testa suada, acendendo um cigarro. “O Senhor quer fumar?”
“Opa”, falou Jesus, alcançando o maço de Marlboro Light.
“Vem cá: e se eu te der 10%…?”, sussurrou o Cunha.
“Assim não é possível. Retire-se já”, falou o Cristo.
Então o Cunha o deixou, e anjos vieram e o serviram.
Um deles perguntou se o chefe aceitava um café. “Sim, do jeito que eu gosto, três gotas de adoçante. Ah, e me chama aquele outro rapaz, o… como é mesmo?… Malafaia, faz favor”.