Michel Temer facilitou imensamente o trabalho dos humoristas braseiros.
Sua mediocridade e patetice, bem como a corrupção falastrona de sua gangue, fornecem mais material para os satiristas do que eles dão conta.
A piada do minuto é a explicação de Michel para o fato de não ter ficado no Alvorada depois de gastar mais de 20 mil reais numa reforma que envolveu a instalação de uma rede de proteção para o filho numa varanda.
A família permaneceu lá durante 11 dias, voltando ao Jaburu.
“O Palácio da Alvorada tem um monte de quartos, uns oito, todos muito grandes. Tudo muito amplo, bonito”, falou à Veja.
“Mas senti uma coisa estranha lá. Eu não conseguia dormir, desde a primeira noite. A energia não era boa. A Marcela sentiu a mesma coisa. Só o Michelzinho, que ficava correndo de um lado para outro, gostou. Chegamos a pensar: será que tem fantasma?”
Por trás da blague idiota, se revela o caráter de MT, um sujeito medroso e culpado, incapaz de repousar por causa dos demônios que cobram sua consciência à noite.
Provavelmente o fantasma mais célebre da literatura é o do pai de Hamlet. Sem ele, o príncipe da Dinamarca, aquela onde havia algo de podre, não teria desenvolvido a suspeita do assassinato de seu velho por seu tio e não elaboraria o plano de vingança.
“Não esqueça; esta visita é para aguçar tua resolução já quase cega”, diz a ele o pai morto.
Temer não vai contar para ninguém, mas também conversou com um espectro no Alvorada e por isso deu área.
Estava se encaminhando para o banheiro na ala sul, depois de tomar um chá, arrastando as pantufas no chão de madeira envernizada, quando apareceu a criatura.
— Quem é você? O que você quer?, perguntou o presidente.
— Eu sou a Democracia. O que você fez comigo, Michel?, devolveu o ectoplasma.
— Eu achei que já tinha resolvido isso, disse o presidente, esfregando as mãozinhas, nervoso.
— Vaza, Michel. Seu lugar não é aqui. Leva a patroa e o pequeno. E te aviso: vou te assombrar no Jaburu, na sua mansão em São Paulo e onde mais você estiver. Você nunca mais vai ter sossego.
— Mas as instituições estão funcionando! A economia está numa onda excepcional. A cabeça do Padilha vai ser entregue. O STF está garantindo a estabilidade. A Marcela tem ido ao supermercado verificar os preços…
— Corre, desgraçado!
Michel deu no pé em direção à sua cama, já pensando na retirada.
No local onde aconteceu o encontro, Eduardo Cunha tirou o lençol de cima da cabeça, acendeu um cigarro e pensou que aquele seria um bom dia para pescar.