O documentário “De Tirar o Fôlego” apresenta um emocionante, dramático e perigoso mundo do mergulho livre ou apneia, em que os protagonistas enfrentam aventuras extremamente desafiadoras e arriscadas.
Dirigido e roteirizado por Laura McGann, estabelece uma relação intrínseca com a superação de barreiras e limites. De um lado, a trajetória de um fenômeno, a italiana campeã mundial Alessia Zecchini, obsessiva na ânsia de quebra de recordes (38, até agora) desde a mais tenra infância e do outro, o irlandês, o mochileiro cuidador, apaixonado e carismático, ambos extremamente determinados.
Eles se encontram na apneia e suas competições espalhadas pelos mares do mundo como um modelo de vida e o centro do documentário.
A partir das incríveis imagens subaquáticas, somos imersos no universo dos mergulhadores, que se aventuram em grandes profundidades sem o uso de equipamentos de respiração, sujeitos a apagões e desmaios eventualmente até a morte ou com sequelas por falta de oxigenação no cérebro.
Apesar de a respiração poder ser interrompida de forma voluntária, o controle dos movimentos respiratórios é involuntário. O recorde de maior profundidade em apneia é do russo Alexey Molchanov desde 2013. Em julho de 2023, ele atingiu a profundidade de 133 metros em uma competição nas Bahamas, ficando exatos 4 minutos e 42s submerso. Sua mãe, a lendária Natalia Molchanova, morreu numa travessia na Espanha. O corpo jamais foi encontrado.
Essa trajetória de superação permeia também a vida dos dependentes químicos, em que a vontade de ter mais prazer das substâncias que os aprisionam os levam a lugares mais que sinistros de mãos dadas com a morte, em um flerte que pode ser fatal.
“De Tirar o Fôlego” nos mostra que, tanto no mergulho livre quanto na superação da dependência química, é necessário entender os próprios limites, mas também ter coragem para desafiá-los. É preciso ter uma mente fortalecida e determinada, ciente dos riscos que envolvem cada busca por superação.
Desde os familiares aos mergulhadores de resgate, ocorrem problemas na subida ou descida nas profundezas do oceano. Os mergulhadores livres encontram força e encorajamento uns nos outros, criando uma rede de apoio essencial para a superação de barreiras aparentemente intransponíveis.
Um mergulho fascinante na vida de gente apaixonada por um esporte em que um erro banal não resulta numa lesão muscular, mas na morte.