O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, realizou uma reunião nesta quarta-feira (15) com o deputados bolsonaristas para tratar de uma investigação aberta a pedido do governo Lula sobre a disseminação de fake news relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul. Além de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), participaram da audiência Caroline De Toni (PL-SC), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, e Paulo Bilynskyj (PL-SP).
Durante o encontro, Eduardo se mostrou preocupado com o pedido de investigação feito pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, contra deputados federais por notícias falsas. O próprio filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi citado como um dos disseminadores de fake news.
“Eu mencionei que nunca no governo Bolsonaro um parlamentar foi investigado a pedido de um ministro ou do presidente e que esta situação não caia bem na relação democrática governo-Congresso”, escreveu o deputado por São Paulo em sua conta no X, antigo Twitter.
Embora os bolsonaristas tenham solicitado a convocação de Lewandowski para uma sessão na CCJ, eles se contentaram com a reunião na sede da pasta. Por outro lado, a comissão aprovou um convite para que Pimenta se explique sobre o ofício da Secom.
Eduardo Bolsonaro saiu da reunião convencido de que o pedido de investigação partiu de Paulo Pimenta e não de Lewandowski, afirmando: “A reunião foi boa para distensionar e, em que pese discordar da política de segurança pública do MJ, tenho clareza ao distinguir as condutas do ministro Lewandowski da de Paulo Pimenta”.
Ministro da Justiça (MJ) Ricardo Lewandowski me recebeu no MJ junto com os dep. @CarolDeToni e @paulobilynskyj1.
Alegou que não partiu dele iniciativa para investigar parlamentares e cidadãos devido a postagens em redes sociais, mas que tinha o dever de tocar adiante o pedido… pic.twitter.com/8NH1GucPhk
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) May 15, 2024
No centro da investigação está uma postagem de Eduardo criticando a ajuda do governo federal ao Rio Grande do Sul em meio às enchentes. A Secom argumenta que tais narrativas prejudicam a credibilidade das instituições e podem minar a confiança da população.
Lewandowski explicou a Eduardo que a Polícia Federal atua de forma autônoma e não sofre interferência do governo federal. Ele ressaltou que encaminhou o pedido de Pimenta à PF para evitar incorrer no crime de prevaricação.
Além disso, durante a reunião, o ministro ouviu reclamações dos bolsonaristas sobre a política de restrição ao acesso de armas implementada durante a gestão anterior, de Flávio Dino, hoje no Supremo Tribunal Federal (STF).
Lewandowski planeja propor alterações na legislação de armas para manter o funcionamento dos clubes de tiro e reduzir a circulação de armamento nas ruas, em um esforço para melhorar a relação entre o governo e o Congresso Nacional.