Eduardo Suplicy fez o que nenhum político de oposição fez: compareceu ao velório de uma das vítimas do massacre de Paraisópolis.
“Agora somos todos Paraisópolis”, escreveu nas redes.
O menino Gustavo Xavier tinha 14 anos e queria “curtir”, como relatou seu padrinho José Roberto de Oliveira no cemitério.
Suplicy compareceu ao enterro e depois foi visitar a casa da família “muito modesta no Valo Velho” — subdistrito do Capão Redondo.
“O laudo do IML informou que ele faleceu por asfixia causada pelos gases e também por provável estrangulamento em função de marca vermelha em seu pescoço”.
A foto que o velho vereador postou tem o recado de sabedoria popular nas costas de um rapaz: “Assim como toda alegria é passageira, nenhum sofrimento é eterno”.
Suplicy estava lá para prestar sua solidariedade e abraçar os parentes num momento de dor.
Tinha ciência de que seria chamado de oportunista, como aconteceu. Fez política, sim, na medida em que ele é político, não empresário ou decorador de interiores.
E daí? A outra opção era ficar em casa. É justo? É civilizado?
Não. Seria covardia.
As lideranças da esquerda brasileira têm uma curiosa reação diante das atuais tragédias nacionais.
Quando queimadas infestaram a Amazônia, ninguém pegou um avião para ajudar brigadistas.
A mesma coisa com o óleo que se espalhou pelas praias do Nordeste. Legiões se lamentaram nas redes sociais. Ninguém colocou luvas e foi à luta.
Suplicy não roubou a cena.
Prestou sua homenagem a um garoto covardemente executado numa favela da cidade de São Paulo.
Representou seus eleitores, representou quem ainda crê em civlidade.
É um gesto simples e honesto que, em tempo de trevas e medo, torna-se grandioso e necessário.
https://www.facebook.com/eduardosuplicy/photos/a.436417553131230/2866816210091340/?type=3&theater