A guerra entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro não tem hora para terminar, como dizem os repórteres que cobrem Carnaval e Ano Novo.
O pivô da separação é o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo.
O ex-super-ministro (rs) da Justiça acusa o presidente de queimar Valeixo sem justificativa concreta. Na verdade, para interferir nas investigações sensíveis à família.
Bolsonaro se defendeu hoje nas redes. “Lamentavelmente o ex-ministro mentiu sobre interferência na PF”, escreveu.
“Nenhum superintendente foi trocado por mim. Todos foram indicados pelo próprio ministro ou diretor geral”.
No discurso abilolado que fez, Bolsonaro alegou que havia um interesse do delegado em deixar a corporação por “cansaço”.
Esse desejo foi expressado numa videoconferência com os 27 chefes regionais. O Estadão deu matéria sobre a reunião e, misteriosamente, apagou-a logo depois.
Moro devolveu que o que cansava Valeixo eram as pressões “constantes” por parte do Planalto.
A melhor pessoa, quiçá a única, para resolver essa questão grave é o próprio Maurício Valeixo.
De acordo com a Veja, ele prometeu a um amigo que não diria nada.
Ora, por quê? Isso não tem nada a ver com discrição, mas com omissão.
Os parlamentares vão chamar Valeixo para depôr e se explicar?
Ele tem a obrigação de vir a público esclarecer um assunto de interesse fulcral da República.
Seu silêncio é suspeito e deixa margem a especulações sobre o que ganha com isso.