A permanência ou não de Renato Portaluppi no Grêmio é uma questão para muito além do futebol, das conquistas no Gauchito e do desgaste de um técnico superado e arrogante.
Não é tampouco só uma questão gaúcha. Deve ser o fim de um ciclo de disputas por vagas em torneios por um clube sob o mando de um ativista descaradamente bolsonarista, desatualizado como técnico e fragilizado como líder.
É o encerramento de um período de contaminação de um grande clube brasileiro pelas ideias da extrema direita. Mas tem gente (inclusive de esquerda) que vê o futebol acima de todas as outras questões e da cidadania.
O Grêmio precisa se refazer sem estátuas e deixar de viver de uma conquista de quatro décadas atrás.
O Grêmio precisa deixar de depender do passado que o imobiliza como time de paróquia, satisfeito com o embate com o rival local.
Os militantes do grenalismo e do saudosismo do século 20 estão cada vez mais municipalizando Grêmio e Internacional.
Publicado originalmente no “Blog do Moisés Mendes”