O influenciador Pablo Marçal (PRTB) ficou de fora do segundo turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo após uma campanha pautada em acusações e provocações. No domingo (6), o ex-coach recebeu 28,14% dos votos válidos e terminou em terceiro lugar.
Marçal não teve tempo no horário eleitoral gratuito. Cerca de 70% da receita de sua campanha (R$ 7,6 milhões) veio por meio de doações na internet, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Parte do orçamento da campanha foi destinado ao impulsionamento de conteúdo nas redes sociais. A campanha do candidato do PRTB investiu R$ 662 mil em anúncios nas redes sociais, de acordo com os dados divulgados até o último sábado (5).
Durante a campanha eleitoral, o ex-coach teve seus perfis suspensos por determinação da Justiça Eleitoral em duas ocasiões.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que o fato de Marçal estar fora do segundo turno não significa, necessariamente, uma derrota.
“Um candidato com uma maneira de fazer comunicação política nas redes sociais, abre espaço para essa descentralização”, explicou Rafael Cortez, cientista político e sócio da Tendências Consultoria. “Um determinado grupo de pessoas que hoje atua na internet vai achar que tem também o conhecimento para fazer essa ponte de transferência do seu capital social para a política, assim como Marçal fez”, acrescentou.
Para Cortez, o resultado do ex-coach no pleito é um ponto de partida para futuras campanhas. “Ele pode ser competitivo em uma disputa para o Senado em 2026, por exemplo”, disse.
Bom lembrar que antes de qualquer aspiração na vida pública o delinquente bolsonarista terá de ajustar contas com a Justiça sobre os diversos crimes que cometeu durante a campanha.
Se não estiver preso, ou inelegível, é que poderá ter aspirações no pleito nacional daqui a dois anos.