O general Gonçalves Dias pode ter sido, no 8 de janeiro, muito mais um fraco e medroso do que um golpista.
É o que dá para deduzir da entrevista do ex-ministro do GSI ao Jornal Nacional e de algumas informações complementares sobre o histórico do militar.
Dizem que o general, que tem vínculos de muitos anos com Lula, não cometeria o desatino de trair o presidente e aderir a um golpe tabajara.
Nas cenas em que está no meio dos terroristas, ele parece um vigilante perdido numa confusão.
Falta a imposição de uma autoridade com patente de general.
Se fosse em outras circunstâncias, poderia ser um guardinha da firma sem poder para se impor diante de baderneiros.
Mas era um ministro, um general, o chefe da área da inteligência, na sede do governo. E os agressores eram golpistas.
O general que não enfrentou os terroristas ajudou a depreciar a imagem degradada das Forças Armadas.
Muito Estranho
Um general chefe do Gabinete de Segurança Institucional e altos oficiais da área de inteligência do governo interagiram com terroristas, no 8 de janeiro, diante de dezenas de câmeras espalhadas pelo Planalto.
Gente da mais alta arapongagem não teve o cuidado de se proteger, quando qualquer ladrão de galinha sabe que hoje há câmeras até nos galinheiros.
Quanta inteligência. O general Gonçalves Dias, do GSI, já pediu pra sair agora há pouco. E o resto fica?
Quem anda por Brasília, mesmo que nas beiradas do poder, diz que o governo continua infestado de militares do tempo do contrabandista de joias.