A Seleção Brasileira, um dos símbolos nacionais, está completamente à deriva. Sem identidade, sem povo, sem time que represente o povo.
E tudo isso ficou escancarado na noite da terça, quando não só em campo o Brasil perdeu para an Argentina por 1 a 0 em pleno Maracanã. Saímos completamente desmoralizados frente aos campeões do mundo.
A terceira derrota seguida foi a primeira em solo brasileiro em toda a história das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo.
E começou já no hino nacional, quando uma confusão, primeiro entre a “torcida organizada” terceirizada pela CBF e os argentinos e depois, entre a “competente” Polícia Militar do Rio de Janeiro contra os visitantes foi dantesca.
Se a postura da CBF, do Maracanã e das forças de segurança comandadas por Cláudio Castro foi lamentável em todos os sentidos e só mostra algo que já tava latente desde a semana da final da Copa Libertadores, a postura dos jogadores argentinos foi exemplar.
Eles foram até o local da confusão proteger os seus, com o goleiro Dibu Martínez, inclusive, tentando arrancar um cassetete da mão de um policial enfurecido.
EL DIBU DEFENDIENDO A LOS HINCHAS ARGENTINOS EN MEDIO DE LA REPRESIÓN POLICIAL pic.twitter.com/iEXBISudaW
— TyC Sports (@TyCSports) November 22, 2023
Vocês imaginam jogadores brasileiros fazendo isso para defender seus torcedores? Eu não. Como torcedor do Corinthians, aliás, vi o elenco do clube desprezar solenemente a morte de sete torcedores em uma caravana que saiu para ver eles jogarem.
A Seleção está abandonada, inclusive por seus jogadores.
O jogo em si, equilibrado, acabou a partir do gol de Otamendi. Com os argentinos cantando a plenos pulmões no Maracanã, a torcida patrocinada, que inclusive faz matérias publicitárias no Globo Esporte, não conseguiu fazer nada.
E isso basicamente é a cara da Seleção atual. Fria, distante, longe do seu povo e pensando no lucro que pode arrumar na CBF.
Outro ponto é a falta de preparo psicológico dos jogadores. A expulsão de Joélinton, no final, era carta marcada de um time que não sabe medir seus nervos. O Brasil não tem um profissional de psicologia em sua comissão técnica.
E o motivo bizarro para não ter é que Neymar, o símbolo desse período de fracassos, acha “que não tem maluco no time”. E só por isso, segundo ele, o time não precisa de alguém que cuide da saúde mental do plantel.
A vitória, aos olhos argentinos, foi épica. Num estádio mítico, fora de casa, com os jogadores defendendo seus torcedores e trazendo a vitória para casa.
Para o Brasil, foi o diagnóstico escancarado de que a Seleção Brasileira, que nem um técnico dedicado 100% tem e hoje se dobra para alguém que talvez fique no Real Madrid como Carlo Ancelotti, está em campo e moralmente em baixa.
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