Luiz Marinho é um dos aliados mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi eleito presidente do PT no estado de São Paulo no dia 7 de maio de 2017.
Antes disso, foi tesoureiro e dirigente no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ministro do Trabalho de Lula entre 2005 e 2007, além de ministro da Previdência Social entre 2007 e 2008. Foi prefeito de São Bernardo do Campo entre 2009 e 2017.
Ele participou de uma palestra com jornalistas no centro de estudos de mídia alternativa Barão de Itararé na noite de quarta-feira (28). Falou das dificuldades da atuação da legenda no estado comandado por Geraldo Alckmin e dos riscos reais que envolvem a prisão ou impugnação da candidatura de Lula para 2018.
“O Partido dos Trabalhadores tem uma dificuldade grande para falar com todo o estado paulista. Como o campo está atualmente? Se a gente não falar no interior, não vamos crescer diante da blindagem que os tucanos e Alckmin possuem com o Ministério Público e as polícias”, explicou.
Presente ao encontro, o jornalista Paulo Moreira Leite questionou se a delação de Joesley Batista e o novo posicionamento da TV Globo não provocarão o “golpe dentro do golpe” após o impeachment de Dilma Rousseff e relembrando as brigas internas dos militares durante a ditadura.
Para o dirigente, o mensalão foi o primeiro golpe aplicado a Lula. Acabou com a carreira política de José Dirceu e de José Genoino, além de ter arruinado João Paulo Cunha, em ascensão em Osasco.
“Só não foram pro impeachment do Lula porque não tinha objetivo específico. Foram acabando com a linha sucessória do presidente”, completou.
“O golpe está fora de controle na medida em que os grupos Globo, Folha, Estadão e Abril não previram a delação de Joesley Batista após o impeachment de Dilma Rousseff”.
Segundo Marinho, ninguém tem o controle de todas as peças políticas e é por isso que a conspiração de Michel Temer e Eduardo Cunha não funcionou totalmente. A absolvição do ex-tesoureiro João Vaccari em segunda instância enfraqueceu o poder de Sérgio Moro e da Lava Jato.
Luis Nassif afirmou que instituições como o Insper, espaço de economistas neoliberais, já cogitam palestras com Lula e com figuras da esquerda. Qual o plano B se Lula não for candidato? O blogueiro Eduardo Guimarães reforçou a pergunta de Nassif e colocou que há setores da própria esquerda que rejeitam o ex-presidente.
“Lula é o nosso plano A dentro do PT e não há um plano B. Eu disse isso num almoço com Fernando Haddad. O Ciro Gomes é uma alternativa e deve ser um bom candidato, mas o partido não pode contar com isso. Se o Ciro bater o Lula, contará com nosso apoio no segundo turno. Eu vejo o ex-presidente resistindo e ele será o nosso candidato, por isso não discuto plano B”, respondeu Luiz Marinho.
E se Lula perder as eleições? “Isso seria muito grave para o PT. Levaremos provavelmente 10 anos até nos reformular”.
Ao DCM, Marinho respondeu que existe uma falta de mobilização na rua para protestar com mais força contra o ministro Henrique Meirelles pelas reformas econômicas que estão acabando com o Brasil. “Acho que existe um desconforto por ele ter sido um nome forte do governo Lula no passado”, frisou.
“Talvez Lula seja a resposta ideal para dialogar contra o crescimento deste conservadorismo extremo entre os jovens”.