Ladies & Gentlemen:
Disse, há algum tempo, que Rogério Ceni é um palerma (moron). Isso causou revolta entre torcedores tricolores, embora os fatos corroborem amplamente minha tese.
A sorte de Ceni foi que, por milagre, o São Paulo escapou do rebaixamento (relegation). Ganhou alguns jogos que deveria ter perdido, como contra o Cruzeiro, e acabou ficando numa posição intermediária no campeonato.
Tivesse o São Paulo caído e os torcedores concordariam enfaticamente comigo, sei perfeitamente.
Mas estou aqui para falar de outro moron: o craque Neymar.
Raras vezes vi na vida uma combinação tão forte de talento e palermice (moroness).
No Barcelona, Neymar é tolhido em seus maus hábitos. Mas na seleção ele é uma criança mimada e, em muitos momentos, desprezível.
Suas firulas são um acinte aos adversários, um perigo para ele e além do mais inúteis. Contra o Chile o cruzamento de letra foi ridículo. E ele faz esse tipo de coisa o tempo todo.
Ninguém o repreende? Onde Big Phil?
Vejo, na seleção, ele bater todas as faltas e todos os escanteios. Daqui a pouco cobrará os tiros de meta, talvez.
Contra Honduras, ele se deslocou de um lado a outro do campo para bater um escanteio pela direita, depois de haver cobrado um pela direita.
No Barcelona, craques como Messi, Iniesta e Fabegas não incentivam – ao contrário – a fanfarronice de Neymar. Ele vai ter que mostrar muito futebol no Barça se quiser ser cobrador de falta. Por enquanto, ele nem se aproxima da bola.
A carreira é curta e o deslumbramento é longo no futebol, Ladies & Gentlemen. Neymar corre o risco de ser quebrado por um marcador menos paciente com suas palhaçadas.
E então todos os holofotes, que ele parece amar tanto, desaparecerão da mesma forma que surgiram.
O maior adversário de Neymar não é nenhum zagueiro: é ele mesmo.
Sincerely.
Scott
Tradução: Erika Kazumi Nakamura