O moço cordial com o genocida. Por Moisés Mendes

Atualizado em 13 de fevereiro de 2021 às 15:06
Bolsonaro.
Foto: Divulgação

Originalmente publicado em BLOG DO MOISÉS MENDES

Por Moisés Mendes

Está clara a estratégia do moço da nova Arena gaúcha (ainda disfarçado de tucano) como opção da direita em 2022.

Se João Doria, Luciano Huck e Sergio Moro são nomes da direita que se apresentam claramente como antibolsonaristas, Eduardo Leite quer ser visto como um “moderado” que não ataca Bolsonaro.

É o que está dito na entrevista à Folha. Eduardo Leite quer ser diferente, de olho até no eleitorado de raiz de Bolsonaro, tratando o fascista com delicadeza.

Leite diz discordar da política de Bolsonaro contra a pandemia, mas ressalva que tem afinidades com sua política econômica.

Um sujeito que pretende ser a renovação liberal avisa que, em nome de afinidades com o falso liberalismo de um fascista, releva suas atitudes fascistas e o critica com moderação.

As questões econômicas são postas acima das grandes questões humanitárias, que não são apenas de saúde pública.

A nova direita é pior do que a antiga, porque esconde seu reacionarismo com múltiplos disfarces.

Leite é o bom moço que, com a desculpa de ser uma alternativa da direita ao genocídio, ataca Lula e até companheiros de partido, mas é cordial com o genocida e seus parceiros, incluindo os militares.

O gestor gaúcho se posiciona hoje à direita da direita, mas sempre com o discurso diversionista da fofura na política.

É o mais perigoso de todos e só não é mais ameaçador do que o próprio Bolsonaro e Sergio Moro.

(Sem esquecer nunca que o Rio Grande do Sul desse liberal tucano foi um dos primeiros Estados a receber e distribuir cloroquina na rede pública de saúde.)