Após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mobilizou seus aliados para retomar a tentativa de liberar seu passaporte junto ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A estratégia inclui um contato direto com o ministro Alexandre de Moraes, buscando convencer o magistrado a permitir que Bolsonaro compareça à cerimônia de posse de Trump, marcada para o dia 20 de janeiro, conforme informações da colunista Bela Megale, do Globo.
Para isso, Bolsonaro teria dado sinal verde para diálogos com o ex-presidente Michel Temer, que atuaria como ponte com Moraes. As pretensões do ex-mandatário de acompanhar in loco a posse do republicano vão marcar a terceira tentativa para obter de volta o seu passaporte.
No entorno de Bolsonaro, a avaliação é de que a vitória de Trump poderia levar o ministro a considerar um gesto político em resposta ao novo presidente dos EUA.
Os aliados pretendem argumentar que a ausência de Bolsonaro na posse, um evento de destaque global, reforçaria sua imagem de “perseguido” e colocaria o STF sob pressão. Eles acreditam que a negativa ao pedido pode desencadear uma nova onda de críticas internacionais à corte.
Contudo, até o momento, ministros do STF não enxergam uma mudança de posicionamento que favoreça Bolsonaro. Magistrados enfatizam que a corte é soberana e independente, e consideram improvável que Moraes se sinta inclinado a fazer concessões para agradar ao governo de Trump. O próprio ministro teria indicado a auxiliares que “nada muda” com a eleição do republicano.
Segundo Andrei Passos Rodrigues, diretor da Polícia Federal, a eleição americana não exerce “influência alguma” nas investigações contra o ex-presidente.
Vale destacar que o passaporte de Bolsonaro foi confiscado em fevereiro, no contexto de uma operação da Polícia Federal que investiga uma possível tentativa de golpe de Estado. Desde então, o ex-capitão já requisitou a devolução do documento, mas o pedido não foi atendido.