Em um vídeo publicado na última sexta-feira (1º), o ex-coach Pablo Marçal (PRTB) fez novas críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), intensificando o embate pelo protagonismo da direita brasileira com vistas às eleições presidenciais de 2026. Marçal, que já falou da sua intenção de concorrer à Presidência, pediu ao expresidente para “tocar a vida” e afirmou que, se o ex-presidente continuar a atacá-lo, o “pau vai quebrar”.
“Bolsonaro, toca a sua vida aí, irmão, seja candidato. Deixa eu em paz aí. Estou falando sério, eu gosto de você, fica tranquilo. Toca a sua vida, eu já vi que tem todos os bolsonaristas querendo se levantar contra mim. Eu estou ‘de boa’, eu vou fazer o que eu tenho que fazer aqui e em 2026 ‘nois vê'”, declarou Marçal.
O político do PRTB destacou que Bolsonaro está inelegível até 2030, conforme decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas mencionou o projeto de anistia que o PL busca aprovar para permitir que o ex-presidente retorne à disputa eleitoral já em 2026. Para Marçal, o inelegível deveria focar em tornar-se apto a concorrer, em vez de atacá-lo.
“Cê tem meu respeito, curto você, fica ‘de boa’. Seu problema não é comigo não, é com o STF. Você tem que ser elegível pra disputar a eleição. Luta por isso e eu vou estar torcendo por você, você sabe disso. Mas não fica vindo pra cima de mim porque nós não somos do mesmo partido, eu não devo satisfação para você. Cuida da sua vida, cara. Não tenta ser o malvadão para cima de mim não, porque eu sou uma pessoa boa”, disparou.
A rivalidade entre Marçal e Bolsonaro se acirrou ainda mais durante as eleições municipais deste ano, quando o ex-coach ficou em terceiro lugar na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Na última quinta-feira (31), o ex-candidato do PRTB disse que devolverá ao ex-presidente a medalha “imbrochável”.
Após o resultado, o ex-coach pediu uma retratação pública de o ex-presidente em troca de apoio ao atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), reeleito em outubro. No entanto, o pedido não foi atendido, o que, segundo aliados de Bolsonaro, consolidou o distanciamento entre ambos.
O ex-presidente também reagiu recentemente ao comportamento de influencer de extrema-direita, revelando um certo arrependimento em relação ao apoio dado ao ex-coach. “Como começou a onda Marçal? Há três meses ele queria falar comigo, eu conversei com ele. Só ele e mais ninguém. Até dei uma medalha para ele, que foi onde eu errei”, disse Bolsonaro na quarta-feira (30).
Em resposta, Marçal afirmou que devolverá a medalha recebida do ex-presidente, afirmando que não deseja manter o símbolo após a recente troca de farpas.
Além disso, o influenciador exigiu que Bolsonaro devolvesse os R$ 100 mil que ele doou à campanha do ex-presidente na disputa de 2022 contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O líder da extrema-direita reagiu afirmando que a doação “foi do coração” e que nunca houve compromisso formal entre os dois.
“O pessoal da direita achou que eu estava com ele e não estava, não era verdade. Lamentavelmente isso aconteceu, depois foi uma dor de cabeça enorme para a gente mostrar que o nosso candidato era quem já vinha dando certo”, explicou Bolsonaro, reiterando seu apoio ao atual prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes, e não a Marçal.
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