POR ELVINO BOHN GASS, deputado federal (PT-RS)
Faltando seis dias para segundo turno da eleição presidencial do Brasil, o Facebook fechou 68 páginas e 43 contas que, juntas, mentiam para 16 milhões de seguidores no Brasil. Segundo o próprio Facebook, esta seria a maior rede pró-Bolsonaro da internet. A partir da criação de contas falsas, a rede era usada para fazer Fernando Haddad parecer um bandido e, ao mesmo tempo, fazer de Jair Bolsonaro um santo milagreiro.
Uma semana atrás, outra fraude, de proporções igualmente gigantescas, foi descoberta nas redes. E, de novo, favorecendo Bolsonaro a partir da disseminação de calúnias, denúncias, fake news e montagens terríveis sobre as pessoas e as candidaturas de Fernando Haddad e Manuela D´Àvila. Era uma fábrica de mentiras que usava o WhatsApp como ferramenta.
Ainda não se sabe a extensão dessa quadrilha, nem o total de pessoas que ela atingiu. Mas já se sabe que grandes empresários pagavam R$ 12 milhões por pacote de envio direto ao WhatsApp das pessoas, com mensagens difamatórias contra o PT, a esquerda, Haddad e Manu.
Isso é propaganda ilegal, crime eleitoral. E foi (ainda está sendo?) cometido por bandidos profissionais. Sim, a eleição brasileira foi invadida por facções criminosas. Sim, estamos diante de uma espécie de PCC tecnológico. Sim, os crimes são bárbaros, atentam contra pessoas, contra histórias de vida, contra a imagem de gente decente.
Adicionem-se a essa enxurrada de mensagens de intolerância, as imagens de Bolsonaro ensinando crianças a fazerem gestos como se portassem armas. Some-se a isso tudo, a gravação do próprio candidato, aos berros, empunhando um tripé de fotógrafo como uma arma de guerra e afirmando que seus adversários deveriam ser metralhados. Vai se ter, então, o caldo de violência estimulada/autorizada que explica a sequência de atentados contra apoiadores de Haddad no Brasil todo.
Mestre Moa do Katendê é o cadáver mais reluzente produzido pela onda de intolerância e truculência provocada a partir da campanha Bolsonaro. Mas há a menina gaúcha que teve uma suástica “tatuada” à faca na nuca e muitos, muitos outros casos de agressão praticados por bolsonarianos.
O Tribunal Superior Eleitoral, o Ministério Público Eleitoral, a Polícia Federal e as próprias empresas donas dessas redes já foram acionadas. Que ajam rápida e severamente, identificando, encontrando e punindo os líderes dessas facções. É o mínimo que podem fazer por respeito à democracia brasileira.
A nós, eleitores de Haddad, e a toda a cidadania aviltada pelo abuso de poder econômico na campanha de Bolsonaro e pelos impropérios disparados por aquele candidato, resta torcer para que o produto desses crimes não interfira diretamente no resultado da eleição do próximo domingo.
Pessoalmente, seguirei espalhando a minha verdade: de que não há termo de comparação entre Fernando Haddad e seu oponente, e de que o candidato do PT é o presidente de que o Brasil precisa. A mentira, o ódio e o crime não podem vencer a esperança.