A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) já tem um plano para a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tirou cerca de metade de inserções da TV do candidato à reeleição para repassar a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como direito de resposta. A estratégia de Bolsonaro será se fazer de vítima e dizer que está sendo perseguido pela Justiça Eleitoral, segundo o jornal Folha de S.Paulo.
De acordo com integrantes da campanha, a ideia é usar a militância digital para apontar um suposto favorecimento a Lula nas decisões da corte e, como consequência, explorar o papel de vítima de Bolsonaro. A avaliação de aliados do presidente é que entre os eleitores indecisos também existe a percepção de que há um exagero do Judiciário.
No entanto, o principal objetivo da campanha é tentar reverter as decisões do TSE sobre os direitos de respostas em número maior a Lula, embora também tenha sido decidido em favor a Bolsonaro.
As campanhas de ambos os candidatos teriam individualmente direito a 225 inserções de 30 segundos na TV durante os nove dias restantes da propaganda eleitoral, que acaba dia 28. Com as decisões, Bolsonaro perde 184 inserções e ganha 14. Assim, o atual chefe do Executivo teria 55 inserções, enquanto o petista terá 395 inserções até o fim da propaganda eleitoral.
Caso Bolsonaro não consiga reverter a decisão, a campanha pretende lembrar que, além das perdas das inserções, há outras questões. A proposta seria usar as decisões do TSE para a vitimização de Bolsonaro, como a decisão que impediu o uso das imagens dos atos de 7 de Setembro nas propagandas de televisão e também a proibição de fazer transmissões ao vivo de dentro do Palácio da Alvorada, onde é a residência oficial do presidente.