Essa notícia estava, agora à noite, na capa do New York Times, muito antes dos tiros no comício de Donald Trump. E continuava lá depois do atentado contra o fascista:
“Inabaláveis com as acusações de 6 de janeiro de 2021, quando da invasão do Capitólio, republicanos já planejam a contestação da derrota em 2024. Os aliados de Donald Trump estão se preparando para tentar provocar mais um curto-circuito no sistema eleitoral, caso o republicano não vença”.
Não precisa resumir, mas esse é o clima nos Estados Unidos. Os fascistas estão se preparando para repetir o que fizeram em 2020 e 2021. Porque contam com a ajuda da Justiça reacionária e pró-Trump da Suprema Corte.
Os tiros oferecem munição para a estratégia. O que não quer dizer que tenham sido forjados. Nada disso.
O que há é uma combinação de fatores em favor, mais uma vez, da extrema direita. Temos a versão americana da facada, mas com um roteiro que, desde antes de Kennedy, só eles sabem construir.
Se foi mesmo atentado, os democratas podem enfiar a viola no saco. Se não foi, teremos uma série com centenas de temporadas e com final em aberto.
O foco vai todo para os Estados Unidos. Ramagem, Bolsonaro, arapongas, golpistas, muambeiros e milicianos saem de cena. E dizem que Hollywood está em crise.
Publicado originalmente no blog do Moisés Mendes.