É verdade que o PT colocou a questão da desigualdade – a maior tragédia nacional — no topo da agenda brasileira?
Sim, e isto é um mérito extraordinário.
É verdade que o PT fez menos do que deveria para promover mudanças que tornassem o Brasil mais “escandinavo”?
Sim, também é verdade. E é uma pena.
É verdade que a resistência conservadora no Brasil é terrível, como se vê pela mídia?
Sim, é verdade. Mas em todo lugar é a mesma coisa, e isto não justifica a falta de ação.
Feito este introito, em poucas coisas ficou tão clara a baixa – média, se formos generosos — velocidade das reformas sociais do PT quanto na questão dos presídios.
O drama de Pedrinhas, no Maranhão, é o maior retrato disso.
Uma sociedade que trata seus prisioneiros como animais é uma sociedade doente.
É o que acontece com o Brasil.
É preciso ter clareza nisso, até para que avancemos.
Contei já aqui como são tratados os presos em Bastoy, na Noruega.
Visitei o presídio. Responsáveis pelas prisões brasileiras deveriam fazer o mesmo: visitar Bastoy, e extrair ensinamentos.
Basta mandar um email e agendar uma visita. O diretor da prisão adora receber gente de outros países para trocar ideias e experiências.
Deveria estar na agenda de todos os candidatos a presidente em 2014: reinventar os cárceres nacionais.
Nada é impossível.
Você pega um especialista – seja de que partido for. Dá poderes amplos a ele. Coloca sob um ministro empreendedor e competente. Envolve governadores e prefeitos.
Pronto. Em poucos dias, a escada começa a ser subida rumo a cadeias melhores e, mais que isso, um Brasil melhor.
Pouco mais de um ano atrás, quando parecia iminente sua detenção, Dirceu admitiu que o PT fizera pouco em relação às cadeias.
Na ocasião, ele reconheceu também que pouco mudara no alocamento das verbas publicitárias governamentais: em dez anos, mesmo com uma queda acentuada no Ibope em todas as frentes, a Globo recebeu 6 bilhões de reais do governo em publicidade.
Repito: mesmo com uma audiência que se reduziu em 1/3 na última década.
Métodos simples de gestão podem ajudar você a fazer uma grande administração.
Você lista as coisas importantes. Não mais que dez, senão há perda de prioridade. Compartilha-as com sua equipe.
E vai ticando-as à medida que resolvê-las.
É velho, mas funciona.