De toda a grotesquerie do vídeo de Bolsonaro mandando a imprensa à puta que o pariu por causa do caso do leite condensado, brilha a figura de Ernesto Araújo.
O ministro das Relações Exteriores é o mais animado do salão, entoando o coro de “mito” após a diatribe do chefe delinquente, batendo palminhas.
Na marca do pênalti por causa do desastre na negociação com a China em torno da vacina (o sujeito falava em “comunavírus”), Araújo está se desdobrando na sabujice.
Sempre foi puxa-saco, mas agora elevou esse talento à categoria de arte.
A risada forçada, a necessidade de se sentar ao lado do mestre, de rir mais alto que ele, a boca cheia de dentes aberta para engolir o sêmen da bajulação — é um quadro repulsivo demais até para os padrões atuais de nojeira.
No livro “Você é o Máximo – A História do Puxa-saquismo”, Richard Stengel, ex-editor da Time, escreve que Plutarco dava uma dica para se proteger dos sicofantas.
“Mude suas ideias abruptamente e observe se o bajulador o seguirá”, apontou.
Fraco de caráter, Bolsonaro esconde sua insegurança atrás da truculência. Vermes como ele precisam de gente como Ernesto, sempre dispostos a servir de capacho.
Ernesto sabe que botões apertar. É o diplomata do nariz marrom. Já comparou Jair Bolsonaro a Jesus Cristo. Nada mais, nada menos.
Dante Alighieri colocou os aduladores no oitavo circulo do inferno, junto aos semeadores de discórdia, dos corruptos e dos hipócritas.
Estão no fundo de uma vala, imersos em fezes.
Qualquer coincidência é pura semelhança.
View this post on Instagram