O que a gestão moderna tucana faz com o dinheiro de publicidade no metrô. Por Donato

Atualizado em 8 de janeiro de 2020 às 10:44
Foto: Mauro Donato

Nas garras incompetentes e gananciosas dos tucanos, o metrô de São Paulo precisa reajustar o preço da passagem todos os anos por que?

O que a companhia faz com o dinheiro que arrecada com as medidas alheias à bilheteria?

Se fosse um shopping center, o metrô seria hoje o quinto maior da cidade. Repito: o quinto maior!

Suas estações possuem 374 lojas. Isso é mais que os shoppings Eldorado e Iguatemi, por exemplo. Ali há lanchonetes de grandes franquias como Ragazzo e McDonald’s, há farmácias, lojas de telefonia móvel, de chocolates, de roupas, de Havaianas, de tudo.

O metrô arrecadou R$ 19,6 milhões com esses serviços só entre janeiro e abril do ano passado. Foi um índice 8% maior do que o mesmo período de 2018 e o dobro do arrecadado em 2014.

E as publicidades dentro dos vagões, nas plataformas, nos trens totalmente adesivados?

Em 2017, o metrô firmou um contrato com a multinacional JCDecaux para exploração dos espaços publicitários para um período de 10 anos. A empresa paga uma outorga de R$ 375 milhões para isso.

Para onde vai esse dinheiro?

Essas medidas de parcerias e venda de espaços para publicidade são sempre divulgadas entre os marketeiros como maneiras adicionais de subsidiar a passagem (ou qualquer outra tarifa). Por que diabos o valor continua subindo?

Numa empresa desse porte, todos os valores são expressivos. No ano passado, o metrô arrecadou R$ 3 milhões só com a venda de materiais recicláveis e sucatas geradas nos serviços de manutenção.

O metrô de São Paulo é mal gerido há muitas décadas pelo PSDB. Há obras inacabadas por toda a cidade.

E o que fica pronto é, muitas vezes, risível.

A linha que leva ao aeroporto de Guarulhos está subutilizada. A previsão era de transportar até 120 mil pessoas por dia. Mesmo em período de férias, o número de usuários não chega em 15 mil.

Não é para menos. A linha (que não possui bagageiros pra malas) parte do centro de SP e não chega dentro do aeroporto como em qualquer lugar do mundo. O passageiro desce longe e precisa pegar outro ônibus.

Era para estar pronta em 2014 e custou mais de R$ 2 bilhões.

Bom, acho que isso ajuda a responder onde está indo o dinheiro: na incompetência dos gestores tucanos.

Por essas e outras, na noite de ontem ocorreu um protesto contra o aumento da passagem nos transportes públicos (ônibus e trens inclusive). Associado a cortes de linhas e demais retiradas de direitos como negação do passe para cursinhos populares, corte na integração do vale-transporte, bloqueios e limitações no bilhete único, a pauta precisa estar na agenda da cidade.

A repressão policial de ontem foi a de costume. Violência e 26 detenções. Todos liberados como sempre, pois nada há de ilegal em protestar.

Um novo ato está agendado para amanhã, às 17:00, na Praça da Sé.

#4e40NãoDá

Tropa Doriana ataca manifestantes dentro da estação MASP. Foto: Mauro Donato
Agressão a ativista no metrô de SP. Foto: Mauro Donato