Por Moisés Mendes
O importante hoje, diante de tantas imprecisões sobre o que pode acontecer, é chutar o que aparecer pela frente. Um bom chute pode melhorar reputações e consagrar ‘analistas’ como adivinhos da era bolsonarista.
Um chute que aparece muito depois da pesquisa do Datafolha é este.
Bolsonaro teria crescido dois pontos em cima dos efeitos do 7 de Setembro e poderia crescer mais se o uso das imagens do ato golpista na propaganda eleitoral não tivesse sido proibido pelo TSE.
O outro chute vai em outra direção. Bolsonaro perdeu fôlego exatamente por causa das bobagens imbrocháveis do 7 de Setembro e agora não teria como avançar mais.
O resumo pode ser feito assim: uns acham que o 7 de Setembro fez bem e foi bem usado pelo sujeito, e outros entendem que foi péssimo para a ‘imagem’ dele, como se o genocida estivesse preocupado com a imagem.
A confusão é geral, porque as pesquisas e suas interpretações apontam para todos os lados.
Mais alguns exemplo de conclusões aparentemente esdrúxulas do Datafolha. Metade dos eleitores, exatos 50% segundo o instituto, nunca confiam em nada do que Bolsonaro diz. Só 19% confiam.
Os eleitores acham que Bolsonaro é o candidato que mais mente. São 40% do total.
Mais uma. Para 51% dos eleitores, Bolsonaro é o que mais ataca as mulheres. E Bolsonaro tem 34% do eleitorado.
O eleitor embaralha tudo. Bolsonaro, pelo que ficou consagrado como farsa difundida por direita e extrema direita, é o inimigo dos bandidos.
Pois o Globo traz de manchete que a política armamentista de Bolsonaro vem, é claro, armando os bandidos.
Esta é a manchete:
“Investigações em quatro Estados ligam colecionadores de armas ao crime organizado”.
O jornal informa que, em grandes assaltos, os registros de Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) junto ao Exército aparecem como origem do fornecimento do armamento.
Bolsonaro libera as armas, e o Exército formaliza a concessão de uso à bandidagem. O Exército carimba a arma que milicianos, traficantes e assaltantes vão usar.
Então, como o imbrochável chegou a 34% de apoio, se é o que mais mente, mais ataca as mulheres, mais é rejeitado por negros e pobres e ainda arma bandidos que diz combater?
Porque a classe média está com Bolsonaro, porque essa classe média se acha parte do contingente dos ricos e ignora questões ditas morais.
O Bolsonaro que ataca as mulheres tem apoio expressivo de mulheres da classe média, como mostra o Datafolha, e a rejeição das mulheres pobres.
O fascismo no Brasil é sustentado por ricos e pela classe média, porque para esses não importa se ele mente e se está armando bandidos.
O fascismo é branco, é sulista, é racista e aliado da bandidagem.
O que interessa para essa turma é impedir a volta de Lula e a possibilidade do retorno do ambiente de 13 anos de ascensão dos pobres, interrompido pelo golpe de 2016.
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