Bolsonaro disse ontem que, na reunião do dia 22, referia-se a questões da segurança dos filhos no Rio, quando falava de mudanças, e não a possível troca na superintendência da Polícia Federal.
Tanto que, quando o assunto são os filhos, ele diz não falar as palavras investigação e superintendência no vídeo mostrado ontem às partes envolvidas nas acusações de Sergio Moro.
Se é isso mesmo, basta perguntar o seguinte: ele mudou alguma coisa na segurança dos garotos, para confirmar a preocupação manifestada na reunião? Mudou a equipe? Mudou procedimentos?
Se não mudou nada, nem gente nem métodos, como parece que não mudou mesmo, fica complicado, porque ele acabou mexendo na superintendência.
Estava preocupado com a segurança dos filhos e não mexe em nada na segurança? E não estava preocupado com a Polícia Federal e mexe na Polícia Federal, logo depois da troca de comando na PF e da demissão de Sergio Moro?
A primeira mudança, logo depois da troca de comando geral da PF, foi a escolha do delegado Tácio Muzzi para substituir Carlos Henrique Oliveira no superintendência do Rio.
Por que a pressa do novo diretor-geral, Rolando de Souza, em mudar a chefia no Rio? Ele já vinha pensando na mudança, antes mesmo de ser sondado para o cargo?
E no embalo do imbróglio sobre a reunião do dia 22, Bolsonaro aproveitou para ressuscitar a história de Adélio Bispo. Ele acha que Adélio queria também matar seus filhos. E que esse era um dos seus medos. Mas Adélio está preso.
A verdade é que, logo que surgiram as primeiras informações sobre o conteúdo do vídeo, ontem à tarde, parecia que as provas haviam finalmente aparecido.
Mas o entusiasmo foi murchando, e a sensação do fim da noite era de que não havia nada de consistente contra Bolsonaro. Até agora, ele venceu mais uma.