A polícia prendeu três pessoas após a morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Garantido, devido a envolvimento com tráfico de drogas e associação ao tráfico. As autoridades descobriram que eles estavam utilizando e vendendo cetamina durante rituais.
Djidja foi encontrada morta na última terça-feira (28), com vestígios da substância na casa onde foi localizada. As investigações revelaram que a mãe da empresária e seu irmão lideravam um grupo chamado “Pai, Mãe, Vida”, que promovia o uso da droga, às vezes de maneira forçada. A polícia está investigando se há uma ligação direta entre a morte da famosa e as atividades do grupo.
A cetamina, também conhecida como quetamina ou ketamina, é um anestésico utilizado tanto em humanos quanto em animais, que se tornou uma droga ilícita na década de 1980. Este fármaco é classificado como um anestésico dissociativo, causando efeitos alucinógenos, sensação de bem-estar e efeitos sedativos quando usado de forma recreativa.
O primeiro registro do uso recreativo de cetamina foi nos Estados Unidos, na década de 1970. Nos anos 1990, seu uso se popularizou no Reino Unido, especialmente em clubes noturnos e raves. No Brasil, o tráfico de drogas utiliza a substância para produzir uma droga sintética conhecida como “special k”, “Key”, “Keyla” ou “Keta”.
Além de ser usada como tranquilizante para cavalos, a cetamina também possui aplicação médica no tratamento de sintomas de saúde mental. Rodrigo Leite, médico psiquiatra e professor colaborador do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, destaca ao g1 a eficácia da cetamina no tratamento da depressão:
“Ao longo do tempo, verificou-se que a cetamina tem potencial para promover melhoria do humor e aumento da disposição. Com isso, foram iniciados estudos para o uso desse fármaco no tratamento de quadros depressivos”.
Em 2020, a Anvisa aprovou o uso do cloridrato de escetamina, um antidepressivo em forma de spray nasal, indicado para adultos com depressão resistente a tratamentos convencionais e para aqueles com transtorno depressivo maior (TDM) com pensamentos suicidas.
Especialistas alertam para o risco de dependência associado ao uso da cetamina. “Apesar do uso como droga terapêutica, é preciso lembrar do risco considerável de abuso e dependência quando não há controle. A cetamina deve ser administrada somente em ambiente hospitalar, de forma supervisionada e com orientação médica”, adverte Rodrigo Leite.
Recentemente, o ator Matthew Perry, conhecido por seu papel na série “Friends”, morreu devido aos efeitos agudos da ketamina. O veterano estava em tratamento com infusões de ketamina para transtornos mentais, mas no momento de sua morte, não estava sob terapia supervisionada, levantando suspeitas de que ele tenha administrado a substância por conta própria.