O que Einstein diria dos boçais que xingaram Mantega no hospital?

Atualizado em 26 de fevereiro de 2015 às 10:31
Ele
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O mesmo espírito de porco que levou um pessoal a mandar Dilma tomar no cu na Copa do Mundo tomou conta da gente que xingou Guido Mantega no hospital Albert Einstein.

Você deve ter assistido o vídeo. Mantega estava chegando à lanchonete quando boçais começaram a gritar.

— Vai pro SUS!

— Vai pra Cuba!

— Filho da puta!

Esse povo está com ódio e o ódio é um combustível poderoso. É impressionante a falta mínima de civilidade, especialmente naquele ambiente. O desrespeito não é apenas com Mantega, mas com pacientes, médicos e funcionários.

Não que faça diferença, mas e se ele estivesse doente? E se fosse a senhora dele? (O ex-ministro divulgou mais tarde uma nota dizendo que estava indo visitar alguém com a mulher e que foram “manifestações isoladas”.)

O Einstein liberou um comunicado absolutamente protocolar, declarando que “recebe igualmente a todos”, seja lá o que isso quer dizer.

O presidente da instituição, Claudio Lottenberg, sumiu. Não achou que deveria mostrar a cara e pedir desculpas não apenas a Mantega, mas a quem testemunhou a cena deprimente.

O que falta acontecer?

E se o seu filho for, digamos, delatado como petista na sala de emergência? Será maltratado? Expulso pelo segurança?

Os cidadãos que estavam naquele lugar e naquela hora são os que, provavelmente, reclamam da corrupção e da ditadura bolivariana.

Eles — e a instituição onde se encontravam — não honram o exemplo do gênio que dá o nome ao hospital. “As leis sozinhas não garantem a liberdade de expressão; para que todo homem  possa mostrar sua visão sem ser penalizado, é preciso haver espírito da tolerância em toda a população”, disse Albert Einstein, cujo busto está na recepção.

“A tolerância é a apreciação afável de qualidades, posições e ações de outros indivíduos que são estranhas aos hábitos, credos e gostos de outrem. Portanto, ser tolerante não significa ser indiferente com relação às atitudes e sentimentos alheios. Compreensão e empatia também devem estar presentes”.