O que está por trás da ofensiva de Lira contra Padilha

Atualizado em 11 de abril de 2024 às 23:22
Arthur Lira olhando para o lado, falando e gesticulando com expressão séria
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados – Reprodução

Aliados próximos ao governo Lula (PT) sugerem que as recentes críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), dirigidas ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, têm origem na competição pela sucessão na Casa Legislativa.

Esta análise surge após a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão durante votação plenária, o que impactou a posição de Elmar Nascimento (BA) na corrida pela liderança.

Segundo fontes alinhadas a Lira, a reação do presidente da Câmara reflete a percepção de interferência de Padilha em questões internas do Legislativo, rompendo, assim, com a tradicional independência entre os Poderes. O Estadão diz que o telefonema do ministro aos parlamentares, instando-os a votar pela manutenção da prisão de Brazão, foi interpretado como uma tentativa de influência direta no processo legislativo.

Durante uma coletiva de imprensa em Londrina (PR), Lira não poupou críticas a Padilha, rotulando-o como “incompetente” e “desafeto pessoal”, e acusando-o de vazar informações à mídia sobre uma suposta fraqueza política do próprio Lira em relação à decisão da prisão de Brazão.

Alexandre Padilha falando com expressão séria, de óculos
Alexandre padilha foi chamado de incompetente – Agência Brasil

A votação apertada, com 277 votos a favor e 129 contra, foi vista como um reflexo da insatisfação da Câmara dos Deputados com o Supremo Tribunal Federal (STF).

Aliados de Lira destacam que, até o início da votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o Palácio do Planalto havia se mantido distante do assunto. No entanto, a intervenção de Padilha durante a votação teria mudado o cenário, gerando desconforto entre os deputados. A reação rápida de Lira, segundo eles, visava preservar a imagem da Casa perante possíveis conflitos.

A divisão na votação, inclusive entre os membros do Partido Progressista (PP), é destacada como uma estratégia deliberada de Lira para garantir que cada parlamentar expressasse sua própria opinião, rejeitando a ideia de que ele tenha saído enfraquecido do episódio. Sua atuação, afirmam, não foi direcionada a favor ou contra um resultado específico, mas sim em defesa da autonomia parlamentar.

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